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19 DE JULHO DE 2013

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Ao Sr. Deputado Luís Montenegro só tenho a dizer uma coisa: esta moção de censura tem, de facto, um

significado político muito forte. Ela isolará uma maioria que aplaudirá, de pé, o Governo, mas não será

aplaudida por mais ninguém, porque a sociedade portuguesa não vos suporta mais, Sr.as

e Srs. Deputados!

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Não suporta mais as vossas políticas, não suporta mais os sacrifícios que os senhores lhe impõem.

O que importa dizer é que há alternativa a esta política e que é preciso pôr essa alternativa de pé. E pôr

essa alternativa de pé é, certamente, dar a palavra aos portugueses.

Aplausos do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira e do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Hugo Lopes Soares.

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, discutimos aqui hoje uma

moção de censura apresentada pelo Partido Ecologista «Os Verdes», que tem dois pressupostos: primeiro, o

rompimento do Memorando de Entendimento e, segundo, o renegociar da dívida pública. Numa palavra, o que

Os Verdes hoje aqui nos trazem é carregar com um ónus uma geração já de si hipotecada, uma geração que

não pediu esta dívida, mas que tem de a pagar, uma dívida que se fundou em autoestradas por onde não

passam carros, em aeroportos onde não aterram aviões e em desmandos sem fim.

O Sr. Primeiro-Ministro teve hoje aqui a oportunidade de dizer, de forma muito clara, que este Governo —

este Governo que a esquerda quer hoje censurar — poupou já, em encargos futuros, mais de 54 000 milhões

de euros às gerações dos próximos 30 anos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E quanto é que vão pagar?!

O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, em nome das gerações jovens que lá fora nos

ouvem, permita que esta bancada lhe faça aqui o devido agradecimento.

Mas, Sr. Primeiro-Ministro, o que a juventude portuguesa lá fora quer ouvir de si, o que a juventude

portuguesa hoje quer saber, depois deste debate, é, primeiro, se o Sr. Primeiro-Ministro e este Governo estão

em condições de assegurar, com os resultados que já conhecemos, os resultados que já são públicos, que

este é o rumo, o rumo capaz de devolver esperança aos jovens portugueses, capaz de voltar a pôr a economia

a crescer e de voltar a criar emprego, para que os jovens tenham uma oportunidade, para que esta geração

tenha uma oportunidade no nosso País; e, segundo, se, para que tudo isso possa acontecer, é ou não

fundamental o valor da estabilidade política.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, há 12 dias, o senhor anunciou uma

«versão 2.0» do Governo, afirmando que era preciso recauchutar Ministros e pastas para enfrentar o futuro.

Há 12 dias, o senhor dizia querer «garantir a necessidade imperiosa de estabilidade e de confiança» e, por

isso, despediu em direto, na televisão, o Ministro da Economia que está hoje aqui no extremo da bancada do

Governo, anunciou a contratação de novos ministros e teceu algumas considerações sobre a renovação

política do Governo, porque os velhos Ministros e o velho Governo, afinal, já não serviam.

Hoje, o senhor vem aqui pedir aos portugueses que acreditem num Governo que, há 12 dias, já não servia,

um Governo que só continua em funções porque o Presidente da República o mantém «ligado à máquina», e

espera que os portugueses o considerem credível.

Há 12 dias, o senhor dizia que PSD e CDS tinham trabalhado «arduamente para ultrapassar a situação

atual, de modo consistente e duradouro». Há 12 dias, o senhor dizia «queremos iniciar um novo ciclo».