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I SÉRIE — NÚMERO 114

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Hoje, vem pedir aos portugueses que apoiem o ciclo anterior, com o mesmo Governo e a mesma política

de destruição nacional.

Vozes do PCP: — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — Como é que o senhor vem à Assembleia da República pedir ao povo que

confie neste Governo? Como é que o senhor pede ao povo que acredite num Governo que, desde há dois

anos, trai a confiança dos portugueses e em que já nem o senhor acredita?

Sr. Primeiro-Ministro Passos Coelho, os senhores passaram os últimos dois anos a dizer que havia

estabilidade governativa, que havia uma coligação coesa, que havia confiança entre os parceiros da coligação.

Há duas semanas, o senhor foi irrevogavelmente «apunhalado» pelo Ministro Paulo Portas, que continua

sentado ao seu lado e que, afinal, não queria sair do Governo, queria era ser Primeiro-Ministro de facto,

enquanto o senhor passava a porta-voz do Governo.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. João Oliveira (PCP): — E o senhor mesmo, na comunicação que fez ao País, há 16 dias, afirmou a

sua surpresa com a demissão do seu irrevogável parceiro Paulo Portas, dizendo que, na véspera da

demissão, nada a fazia prever.

Hoje, vem aqui dizer aos portugueses que devem confiar neste Governo e nesta mesma coligação.

Que o senhor tenha decidido «dar a outra face» para revogar a irrevogável decisão do Ministro Paulo

Portas, foi opção sua. Que o senhor queira que os portugueses reconheçam credibilidade a este Governo, é

que é incomportável, Sr. Primeiro-Ministro.

Os senhores passaram os últimos dois anos a fazer exatamente o contrário do que prometeram aos

portugueses. O seu Governo e o pacto da troica afundaram o País em recessão económica, em défice, em

mais dívida pública e em mais desemprego, depois de dizerem que esses problemas seriam todos resolvidos

com os sacrifícios que estavam a ser impostos aos portugueses.

O que os senhores têm hoje a apresentar ao País são perspetivas de mais afundamento, de mais recessão

e de mais pobreza, desemprego e empobrecimento. E já ninguém acredita que, convosco e com os vossos

pactos, o nosso destino coletivo possa ser outro.

As bancadas da maioria, hoje, até podem chumbar esta moção de censura. Mas os senhores já foram

censurados e derrotados pelo povo.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, o Governo, com os dois

partidos que o suportam, apresentou-se, nas últimas eleições, em 2011, com o propósito de cumprir o

Memorando de Entendimento que tinha acabado de ser negociado pelo Governo português.

Não há ninguém, em Portugal, que de boa-fé ignore que esse Memorando de Entendimento foi sufragado

nas eleições de 2011!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP) — Não, não!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Nunca falaram em cortar salários, em cortar pensões!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Quando os Srs. Deputados vêm fazer acusações quanto ao nível das políticas,

das soluções, das medidas que são executadas ao abrigo desse Memorando, podem não gostar, em primeiro

lugar, que ele exista e, em segundo lugar, que o País tenha feito eleições justamente depois desse

Memorando ser conhecido.