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31 DE JULHO DE 2013

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Por estas duas particularidades, digo-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que moção de confiança que não confia

dissimula. E esse é, precisamente, o problema do Governo.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Sr. João Semedo (BE): — Há três razões para que não se possa confiar no Governo: primeira, é a sua

composição; segunda, é a desgraça que semeou durante dois anos pelo País; terceira, é a desgraça que nos

anuncia para os próximos tempos.

Relativamente à composição do Governo, vejamos: a Sr.ª Ministra das Finanças, a cada verdade que se

conhece do caso dos swaps, recua para uma nova mentira; o novo Ministro dos Negócios Estrangeiros esteve

anos a fio sentado na podridão do caso BPN/SLN e nunca se lhe ouviu uma palavra ou um gesto.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Muito bem!

O Sr. João Semedo (BE): — Claro que ficamos a perceber que, para o PSD, o caso BPN/SLN é para

esquecer, é para ignorar, é para branquear desde que, claro, os contribuintes continuem a pagar o buraco da

fraude.

Aplausos do BE.

Na economia, como se remodelação fosse um jogo da glória, lá voltam as contrapartidas dos famosos

submarinos à casa da partida, ou seja, ao Ministério onde hoje está um dirigente do CDS-PP do Dr. Paulo

Portas.

E sobre o Dr. Paulo Portas, atual Vice-Primeiro-Ministro, que está sentado ao seu lado direito, que está em

pleno ato de dissimulação, deixe-me que lhe diga, Sr. Primeiro-Ministro que, desta vez — pode acreditar que é

a sério —, não há lugar a qualquer equívoco: trata-se de dissimulação política clara, e nenhum de nós tem

dúvidas sobre isso.

Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, pergunto-lhe: como se pode confiar num Governo que tem ministros destes?

Como se pode confiar neste Governo?

Durante dois anos, o Governo prometeu «mundos e fundos»: a dívida era para descer e subiu mais de 25

000 milhões de euros; a riqueza do País era para crescer e diminuiu quase 10 000 milhões de euros; há

menos meio milhão de postos de trabalho, o desemprego bateu todas as marcas. Então, como se pode, Sr.

Primeiro-Ministro, confiar neste Governo?

Um novo ciclo!? Um novo ciclo, desculpe que lhe diga, é uma ficção. É a velha austeridade! A única

novidade não é para quem trabalha nem para quem vive do seu trabalho, esses continuarão a ser as vítimas

da austeridade; a sua novidade é o paraíso fiscal que promete agora aos grandes grupos económicos e

financeiros.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Muito bem!

O Sr. João Semedo (BE): — Essa é a novidade do novo ciclo, porque, de resto, Sr. Primeiro-Ministro,

estes dois anos já deram para perceber — e é extraordinário que o Sr. Primeiro-Ministro ainda não tenha

percebido — que o senhor tem de escolher ou austeridade ou crescimento económico, pois a austeridade

mata a economia. O senhor não pode ter uma e a outra coisa. Escolha! Mude de política, porque com esta

vamos ter todos os mesmos efeitos e os mesmos sacrifícios.

Por último, Sr. Primeiro-Ministro, o senhor anda atualmente em «modo eleitoral», anda em campanha

eleitoral,…

O Sr. Luís Menezes (PSD): — O Sr. Deputado também anda!

O Sr. João Semedo (BE): — … mas isso não o desculpa de mais um insulto que fez aos trabalhadores da

função pública.