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31 DE JULHO DE 2013

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Por outro lado, essa coisa dos sinais… Sr. Primeiro-Ministro, estava a ouvi-lo e a lembrar-me de que, em

2012, quem não ouvia o Sr. Primeiro-Ministro dizer «vamos, em 2013, ter sinais positivos»?! Ora, 2013 é a

desgraça que é! Agora vem 2014, possivelmente depois 2015, ou 2016… É sempre o amanhã que nunca

chega, porque, de facto, não chegará, com esta política e com os objetivos que este Governo tem.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Aliás, não é este Governo que anuncia para o ano de 2014 mais

recessão? Mais desemprego?

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mais cortes nos serviços públicos? Então, estamos a falar de quê?!

Ah, mas dizem que os mercados têm mais confiança — sempre este espírito de servo perante esse «bezerro

de ouro», que são os mercados, ou seja, os megabancos internacionais.

Sr. Primeiro-Ministro, não há um novo ciclo sem rutura e sem mudança, sem rutura com a política de direita

e com a rejeição desse pacto de agressão, que tem infernizado a vida a milhões de portugueses.

Não há novo ciclo sem renegociação da dívida, enquanto tivermos força e possibilidade de o fazer, sem

criar mais riqueza, distribuindo-a melhor, produzindo mais, sem devolver ao País o que é do País, as suas

empresas e os seus recursos naturais que têm sido delapidados, sem devolver aos trabalhadores, aos

reformados e aos pensionistas, aos pequenos e médios empresários aquilo que lhes foi roubado e confiscado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Não há novo ciclo sem serviços públicos de qualidade, sem soberania

e sem independência nacional. Sem isto não há um novo ciclo!

O Sr. Primeiro-Ministro costuma dizer, quando estamos aqui no confronto, que o que nos separa é muito.

Pois é, Sr. Primeiro-Ministro, e uma das coisas que eu gostaria aqui de sublinhar é que este Governo usa a

chantagem, exercita a resignação, o conformismo e o medo para conseguir os seus objetivos.

Nós não abdicamos de dinamizar a esperança, a confiança da libertação de energias, de elevação de

consciências com a convicção profunda de, dure o tempo que durar, o povo português e a sua luta acabarão

por impor a vossa derrota e por encontrar o caminho do progresso e do desenvolvimento que desejamos para

Portugal.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, o Sr. Deputado usou

palavras bastante fortes…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E justas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … para ilustrar a avaliação negativa que faz da prestação do Governo.

Como tenho reiterado nos nossos debates, respeito quem pensa de outra maneira. Mas, realmente, não

pensamos da mesma maneira…

Vozes do PCP: — Ainda bem!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … e não estamos de acordo quanto àquilo que devemos fazer.

Em qualquer caso, há uma coisa que quero dizer ao Sr. Deputado, sem com isso estar a comentar, seja de

que forma for, o modo como o Sr. Presidente da República interveio dentro dos seus poderes constitucionais.