18 DE SETEMBRO DE 2013
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Nesse sentido, foi acordado com Espanha, em recente cimeira Luso Espanhola, que houvesse um projeto
de modernização da linha Porto/Vigo, de forma adequada às necessidades e às possibilidades financeiras do
País e focado na eliminação dos principais constrangimentos à exploração ferroviária desta linha. A saber: a
falta de eletrificação e a falta de sinalização e controlo de tráfego automático.
Os trabalhos necessários envolvem, designadamente, a eletrificação até Viana do Castelo e a eletrificação
de Viana do Castelo a Valença.
A eletrificação até Viana do Castelo irá permitir a utilização do novo modelo de exploração na ligação do
Porto a esta capital de distrito com consequente redução dos tempos de viagem e redução dos custos de
operação para a CP.
A eletrificação entre Vina do Castelo e Valença permitirá passar a utilizar comboios elétricos em todo o eixo
Porto-Vigo, quer no transporte de passageiros, quer no transporte de mercadorias.
Esta evolução é de máxima importância, uma vez que permite, por um lado, uma redução dos tempos de
viagem e, por outro, uma redução significativa dos custos de transporte ferroviário de mercadorias entre o
norte de Portugal e a Galiza.
Pretende-se, ainda, com este projeto melhorar o sistema de regulação (e, consequentemente, os
indicadores de desempenho, tal como a pontualidade), aumentar a flexibilidade e fiabilidade do horário,
melhorar a recuperação do sistema em caso de exploração degradada, aumentar a segurança ferroviária e
reduzir a sinistralidade nos atravessamentos de nível.
Este empreendimento encontra-se já a ser concretizado no terreno, designadamente com empreitadas de
intervenções em túneis e em passagens de nível, que irão permitir a posterior introdução da eletrificação e
sinalização eletrónica, com o apoio de fundos comunitários do Quadro Comunitário 2014-2020.
Três notas, a terminar.
Primeira nota: é importante que o recente comboio direto Porto/Vigo passe a ter paragem quer em Viana do
Castelo quer em Barcelos.
Segunda nota: é importante que a ligação ferroviária Barcelos/Porto seja integrada na CP — Serviços
Urbanos do Porto, beneficiando também de eletrificação, redução de tempos de viagem e redução de tarifas.
Quanto a estas duas pretensões — e vou já terminar, Sr.ª Presidente —, tivemos, recentemente, uma boa
e produtiva reunião de trabalho com o Sr. Secretário de Estado.
Terceira nota: iremos votar favoravelmente o projeto do Partido Ecologista «Os Verdes».
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Fão.
O Sr. Jorge Fão (PS): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: A Linha do Minho atravessa e serve o território
da euro-região Galiza-Norte de Portugal que tem 6,5 milhões de habitantes, dos quais 3,8 milhões são
residentes no norte.
Daí a importância que esta infraestrutura ferroviária tem para aquela região e naturalmente, de uma forma
geral, as boas condições de mobilidade de pessoas e mercadorias, fundamentais para o desenvolvimento de
regiões, e este é um caso.
Esta ferrovia está profundamente desqualificada — há que reconhecer —, quer em termos de segurança,
quer em termos de infraestrutura, quer em termos de material circulante, e está profundamente desatualizada
no que diz respeito ao tempo e à comodidade das viagens.
A Galiza percebeu esta importância e tem desenvolvido a valorização e a eletrificação da linha entre Vigo e
Valença.
Em Portugal, pouco temos feito ou praticamente nada. Aliás, acho interessante estes anúncios que o Sr.
Deputado Nuno Reis aqui fez, até por aquilo que lhe vou perguntar a seguir.
O PS tem-se oposto ao fim da ligação entre Porto e Vigo, que seria, efetivamente, uma machadada
fundamental nesta questão e, por outro lado, tem feito ouvir a sua voz, através do Presidente do Eixo Atlântico,
que representa 34 cidades da zona litoral. Por isso, parece que tem dado resultados ultimamente. Na última
cimeira ibérica, os dois Governos, o de Portugal e o de Espanha, em maio, comprometeram-se a dar
prioridade a esta obra, os fundos comunitários foram reprogramados através do POVT (Programa Operacional