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I SÉRIE — NÚMERO 6

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Quanto à salvação política das eleições, volto a dizer o que já disse: as eleições locais foram eleições

locais e o Partido Comunista, que teve um bom resultado eleitoral — e por isso o cumprimento aqui também —

, talvez devesse ser um pouco mais modesto quando fala do grande milagre das eleições autárquicas. O Sr.

Deputado, em termos de avaliação, de suporte político medido em número de câmaras municipais, continuará

a não ter o apoio da generalidade dos portugueses.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, a questão que se coloca sobre

o problema do défice e da sua redução não é a de saber como se faz, o problema é a opção que este Governo

assumiu. Ou seja, entre um banco ou um banqueiro e um desempregado com subsídio ou sem subsídio o

Governo faz uma opção; entre um reformado, um pensionista com uma reforma digna e os interesses do setor

financeiro este Governo faz uma opção.

De facto, deixou passar uma expressão que eu creio ter um grande significado, que foi dizer «acabou-se…,

o povo português vai ter de empobrecer…» — em curto e em grosso, foi isso que disse. E é por isso que

quando discutimos a opção de em vez de carregar sobre as grandes fortunas, sobre aqueles que mais têm e

mais podem, não… No confronto entre um banqueiro e um pequeno empresário da restauração, este Governo

faz uma opção: põe-se do lado dos mais fortes, dos mais poderosos, contra quem menos tem e menos pode.

É por isso que consideramos, Sr. Primeiro-Ministro, que este Governo assim não vai longe, que este Governo

está condenado, porque fez a opção errada de estar a governar contra a maioria ao serviço de uma minoria.

Está é a opção que o Governo fez e em relação à qual deveria arrepiar caminho.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, esse dilema que o Sr.

Deputado apontou de facto não existe.

Na verdade, não se trata de um dilema. É indispensável manter a estabilidade do sistema financeiro — não

se trata de defender os banqueiros, mas defender a estabilidade do sistema financeiro —,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É, é!…

O Sr. Primeiro-Ministro: — … é indispensável garantir a sustentabilidade da dívida portuguesa, é

indispensável ao País viver de acordo com as suas possibilidades. E, sim, Sr. Deputado, políticas que

garantam estes objetivos defendem os portugueses e defendem Portugal, a começar pelos mais fracos,…

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Nota-se!

O Sr. Primeiro-Ministro: — … porque são sempre esses que pagam a fatura mais pesada quando o

Estado não defende estes objetivos.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, com o anúncio dos resultados das

oitava e nona avaliações da troica, assistimos ontem e hoje a um número de ilusionismo que julgo ir iludir

poucas pessoas.