10 DE OUTUBRO DE 2013
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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Aiveca.
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Sónia Fertuzinhos, obrigada pelas suas
questões.
Relativamente ao último ponto que abordou, tem razão: uma questão que ainda não foi aqui debatida, até
por ausência de debate do PSD, é a que se prende com a lei das rendas. De facto, não só o Presidente da
CNIS (Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade) deve estar preocupado com aquilo que pode
acontecer ao nível da frequência dos lares dos idosos, mas este impacto na lei das rendas, cujo valor foi
calculado com base nos rendimentos, também pode ser muitíssimo negativo.
Sr.a Deputada, temos que perceber que a medida vem do «bolso» do CDS. A Sr.
a Deputada interroga-se, e
bem, sobre o silêncio do PSD. Eu diria que, se calhar, o PSD está silencioso porque também precisa do
«desenho».
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Bem dito!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Como ainda não tem o «desenho», não sabe muito bem o que tem de
dizer.
Mas creio que, rapidamente, o CDS, que escondeu esta medida que negociou — Pedro Mota Soares e
Paulo Portas negociaram a medida e esconderam-na do País —, rapidamente irá informar a bancada do PSD
para que este partido venha, como é sua obrigação, esclarecimentos ao País. É que ninguém para este
Governo e ninguém escapa à fúria de empobrecimento do País.
Por mais voltas que queiram dar, querem perverter tudo o que é o sistema de segurança social em
Portugal, querem transformá-la na «caridadezinha», querem vergar as pessoas que descontaram uma vida
inteira, quebraram com elas a relação de confiança que tinham, quebraram com eles e com elas o contrato de
uma vida inteira de trabalho. E ninguém escapa! Nem viúvos, nem viúvas, nem órfãos, nem netos, ninguém
escapa!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Quem é que disse que não escapa?!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — Estão surpreendidos com o aumento do valor. Naturalmente, esse aumento
irá verificar-se, Srs. Deputados do CDS. Também neste caso é só fazer as contas à taxa de envelhecimento, e
sabem bem que isso vai acontecer. E teriam de tomar medidas para tornar sustentável a segurança social,
tributando mais-valias, indo buscar dinheiro onde ele existe. E onde o dinheiro existe é no bolso daqueles que
descapitalizaram o País…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Foram os da bancada à sua esquerda!
A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — … e que, com essa descapitalização, aumentaram a dívida pública, dívida
em virtude da qual estamos, hoje, em toda esta asfixia. Por isso, Srs. Deputados do CDS, os vossos retratos
estão mal feitos, porque o que têm é um retrato de um País desesperançado, é o retrato de um País que sabe
que ninguém escapa à vossa fúria de empobrecimento.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A Mesa não regista mais pedidos de esclarecimento, pelo que dou a
palavra ao Sr. Deputado Paulo Batista Santos, do PSD, para uma declaração política.
O Sr. Paulo Batista Santos (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Permita-me, Sr.ª Presidente,
que, nesta ocasião, e em vésperas de deixar o Parlamento, faça, previamente, um pequeno apontamento
pessoal.