I SÉRIE — NÚMERO 7
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A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Inscreveram-se, para pedir esclarecimentos, os Srs. Deputados
Clara Marques Mendes, Jorge Machado, Mariana Aiveca e João Pinho de Almeida.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes.
A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Vieira da Silva, permita-me que
comece tal como o Sr. Deputado terminou, dizendo «há limites para a decência». Há, de facto, limites para a
decência, Sr. Deputado!
De facto, na política não vale tudo. E não é sério vir trazer aqui a debate uma matéria — os cortes nas
pensões — que não conhecemos em concreto.
Protestos do PS.
Nós não podemos, não é sério para com as pessoas vir falar de cor. Mas isso tem um objetivo: assustar as
pessoas. E nós não vamos entrar por aí.
Nós temos de esclarecer e estamos preparados para o debate. A partir da próxima semana, esta matéria
estará aqui para discussão e todos teremos oportunidade de debatê-la.
Mas para os senhores «quanto pior, melhor». E não é isso que os portugueses merecem, não é disso que
os portugueses precisam.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Relativamente àquilo que o Sr. Deputado Vieira da Silva referiu quanto à convergência das pensões — e
quero lembrar uma matéria que já conhecemos, constante da proposta de lei n.º 171/XII (2.ª) —, há uma
preocupação do Governo em acautelar quer a idade quer o rendimento. Portanto, não corresponde
exatamente à verdade aquilo que aqui acabou de ser dito.
E há dois aspetos que gostaria de salientar. Ninguém nega e todos sabem que há um problema de
sustentabilidade da segurança social. Portanto, pedimos não só ao Sr. Deputado Vieira da Silva mas a todo o
Partido Socialista contributos que nos ajudem a garantir a sustentabilidade da segurança social. Apresentem-
nos alternativas!
E, já agora, gostaria de deixar uma pergunta ao Sr. Deputado Vieira da Silva. Voltando à sua afirmação de
que «há limites para a decência» — e há, de facto, limites para a decência —, gostava de perguntar-lhe, Sr.
Deputado, porque é, num momento que não era tão difícil como aquele que vivemos hoje, num momento em
que não tínhamos a troica em Portugal, o Governo do Partido Socialista congelou as pensões mais baixas e
introduziu a cláusula da condição de recursos que veio afetar imensos pensionistas e imensas pessoas que
beneficiavam de uma prestação social.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — O Sr. Deputado Vieira da Silva optou por responder individualmente
aos pedidos de esclarecimento.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Vieira da Silva (PS): — Sr.ª Presidente, Sr.ª Deputada Clara Marques Mendes, eu trouxe aqui à
discussão medidas do Governo que, em grande parte, já se conhecem, nomeadamente os cortes nas pensões
da Caixa Geral de Aposentações,…
A Sr.ª Isabel Alves Moreira (PS): — Mas ela não percebe isso!
O Sr. Vieira da Silva (PS): — … que são a maioria — espera-se!… —, em termos de volume financeiro, do
conjunto destas duas medidas de corte em pensões já atribuídas.