1 DE NOVEMBRO DE 2013
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A última condição a que estamos sujeitos, e que faz com que este não seja o Orçamento que esta maioria
faria noutras circunstâncias, é a fatura que há para pagar de irresponsabilidades tão grandes como as
parcerias público-privadas (PPP). Aquelas que já estávamos a pagar e as seis que começámos a pagar neste
Orçamento, porque o Partido Socialista, apesar de as ter assinado há cinco, seis ou sete anos, estipulou o
início do seu pagamento para este momento, pela simples razão de achar que, nesta altura, mudaria o ciclo
político e já teria ido a eleições sem ninguém o responsabilizar por mais estes compromissos que assumiu em
nome dos portugueses.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Em segundo lugar, é preciso saber se este é um esforço que está a valer a pena.
Relativamente a crescimento económico, ao contrário da espiral recessiva que o Partido Socialista
anunciou, temos dois trimestres de crescimento económico. Está a valer a pena.
Quanto a saldo das contas públicas, ainda agora o Sr. Deputado Alberto Martins dizia que o défice
aumentava. Sr. Deputado, o défice não só não aumentou como, do ponto de vista primário, em 2014, pela
primeira vez, vai haver um excedente. Portanto, está a valer a pena. A consolidação das contas públicas
existe.
E, em relação ao desemprego, ao fim de oito meses de baixa do desemprego em cadeia, pela primeira vez
verifica-se uma redução em termos homólogos. Não é só algo que nunca tenha acontecido até hoje, durante o
mandato deste Governo, é algo que nunca aconteceu durante o mandato do Governo anterior. Durante o
mandato do Governo anterior nunca o desemprego baixou em termos homólogos, e por isso é tão significativo
que neste momento baixe. Portanto, isso significa que também em relação ao desemprego está a valer a
pena.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
Mas este esforço vale a pena, acima de tudo, porque com este Orçamento abrimos o caminho para
terminar o Programa de Assistência no tempo próprio, evitando-se, mais uma vez, aquilo a que o Partido
Socialista quis condenar, não a maioria mas, sim, o País, ou seja, um segundo resgaste, um segundo
programa, um caminho de muito mais esforço e de muito mais sofrimento para os portugueses. Com esta
opção conseguimos evitar isso e libertar os portugueses não só daquilo a que o Partido Socialista nos
condenou no passado mas daquilo a que todos os dias parece querer condenar-nos para o futuro.
Temos, depois, a questão da distribuição do esforço. Vamos, então, comparar com o passado também. O
setor bancário, com este Orçamento, passará a pagar mais ou menos do que aquilo que pagava no tempo do
Partido Socialista? Vai pagar mais. O setor energético, com este Orçamento, pagará mais ou menos do que
pagava no tempo do Partido Socialista? Pagará mais!
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — E o povo?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — As PPP, aquelas que já constavam nos Orçamentos
anteriores, têm no próximo Orçamento o valor que tinham pelos contratos assinados do Partido Socialista ou
um valor inferior, fruto da renegociação feita por este Governo? Têm um valor inferior.
Os fundos de investimento imobiliário têm as mesmas isenções de IMI que tinham durante o Governo do
Partido Socialista ou isenções menores? Têm isenções de IMI menores.
Os juros da dívida, parte importante da nossa despesa, não porque sejam altos mas porque a despesa é
muita, são neste momento, em termos médios, mais altos ou mais baixos do que eram quando o Partido
Socialista os negociou com a troica? São, neste momento, mais baixos do que eram no tempo do Partido
Socialista.
O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Mas passemos a outras questões.