2 DE NOVEMBRO DE 2013
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vou terminar, Sr. Presidente.
Queria que me dissesse qual é a sua opinião sobre isto, porque a minha conclusão é que não há saída, é
que estas escolhas do Governo tornam uma miragem o crescimento de 0,8%, em 2014, e que o mais certo é
que nos venham dizer, no próximo ano, que afinal falharam a meta do défice e as previsões de crescimento e,
de facto, o que trarão novamente é mais austeridade, porque é isso (e concluo) que eu sei que o Sr. Deputado
sabe, que todos nesta Sala, incluindo o Governo, sabemos que está a ser negociado para o pós-troica.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — É um programa cautelar, ou um sinónimo para essa ideia, que trará
mais austeridade, porque essa é a única coisa que o Governo sabe fazer, é a única inevitabilidade que está a
colocar ao País.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Frasquilho.
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Sr. Presidente, agradeço as questões que me foram colocadas pelos
Srs. Deputados Pedro Marques e Pedro Filipe Soares.
Começo por responder ao Sr. Deputado Pedro Marques do Partido Socialista, que disse que o Governo
nada fez para resolver o problema da dívida pública.
O Sr. António Braga (PS): — Aumentou-a!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Pois, digo-lhe que o PS fez muito para criar o problema da dívida.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Fez muito, muito, deu um contributo inestimável, ao longo de 13 anos dos últimos 15.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Fale do seu Governo, vá lá!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Portanto, as responsabilidades devem ser assumidas por quem de
direito.
O Sr. Deputado disse que se duplicou a austeridade.
O Sr. António Braga (PS): — Não?!
O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — O Sr. Deputado sabe que existiam metas para cumprir no Memorando
que os senhores, principalmente os senhores, negociaram com a troica em maio de 2011!
O atual Primeiro-Ministro, na altura Presidente do PSD, já tornou público que na altura de elaboração do
Memorando questionou a troica sobre a possibilidade de ter mais um ano para o ajustamento. Sabe qual foi a
resposta que teve por parte da troica? Que já não era possível, porque estava tudo fechado e negociado com
o Governo! Afinal como é que é, Sr. Deputado?
Sabe a diferença que poderia ter feito se tivéssemos mais um ano para fazer este ajustamento? Podia ter
feito toda a diferença em termos de ajustamento da despesa pública, em termos de subidas de impostos, em
termos de mais austeridade!
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Então, por que é que não corrigiram?!