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I SÉRIE — NÚMERO 17

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Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Ficou também claro neste debate quem procurou e conseguiu, com espírito de negociação, reduzir

encargos ruinosos, como é o caso das PPP, que recebemos e que têm especial incidência no ano de 2014,

porque esse era o calendário eleitoral do Partido Socialista.

Vozes do CDS-PP: — Ora bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Também aqui se procura criar a ilusão de que, resolvendo as PPP, se

resolveriam todos os problemas. Não é verdade, pelo peso que estas têm na despesa, mas também não é

justo que se exija a este Governo que resolva num ano todos os problemas que os socialistas criaram ao

longo de tantos anos.

Para alguns, parece até que seria muito mais fácil renegociar e reduzir encargos do que foi, ao longo de

tantos anos, fazer PPP e mais PPP, que agora nos deixam esta dívida e que tributarão as novas gerações.

Aplausos do CDS-PP.

Para além das questões financeiras, económicas e de justiça social, este Orçamento depende ainda de

condições políticas. Desse ponto de vista, ele exigiria um esforço de consenso e de diálogo entre todas as

forças políticas que partilham o modelo europeu.

Mas o maior partido da oposição, lamentavelmente, colocou-se de fora desse debate. Nem o guião da

reforma do Estado está disponível para discutir, como ainda ontem se viu. Parece que está acossado,

estrategicamente perdido e unicamente capaz de dizer a tudo o que lhe é pedido e a tudo o que lhe é proposto

«não, não queremos», com exceção, e ainda bem, da reforma do IRC. Aparentemente, apostou tudo numa

visão estratégica de eleições antecipadas — mas não vai haver eleições antecipadas, Srs. Deputados! — e, à

espera dessas eleições, jogou para cima da mesa todos os cenários de desastre e de catástrofe, anunciou as

maiores desgraças, as maiores espirais recessivas, que não se estão a verificar. E como não se estão a

verificar, parece que ficou sem assunto.

A Sr.ª Sónia Fertuzinhos (PS): — Está a ver-se ao espelho!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O País precisa de se libertar do Memorando, mas o maior partido da

oposição parece precisar de se libertar também dos seus próprios «fantasmas» e do seu próprio passado.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

É como se estivesse, numa imagem de Dickens, condicionado pelo fantasma do PS passado, repleto de

figuras ainda presentes, tortuosas, deixando-se torturar — essa é a expressão — pelo seu próprio passado

recente e pelas suas opções em democracia, e, ao mesmo tempo, assombrado pelo espetro de um possível

PS futuro, eleitoralmente bem-sucedido e a apelar a uma aliança nacional.

Entre o Museu da Eletricidade e o Páteo da Galé era bom que o Largo do Rato estivesse seguro.

Aplausos e risos do CDS-PP e do PSD.

Como era desejável que essa tal aliança existisse, porque o que está em causa, Sr.as

e Srs. Deputados,

não é o interesse ou a salvação do Governo, o que está em causa é a salvação do País, é recuperar a nossa

soberania, e isso devia, de facto, como foi dito, ser objeto de uma aliança nacional e de um objetivo patriótico

para todos os portugueses de boa vontade.

Nós, no Governo e na maioria, continuaremos o nosso caminho. Temos toda a legitimidade para o fazer e

tencionamos usá-la. Não serão nem comentadores de assuntos gerais e interesses pessoais nem mesmo o

direito legítimo ao protesto e a expressão que vem da rua que limitarão a nossa ação ou que nos farão desistir.

Em democracia, os mandatos são dados pelo voto e são para ser exercidos e para ser cumpridos.