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23 DE NOVEMBRO DE 2013

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O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo: A opção do Governo,

neste e noutros Orçamentos do Estado, é clara, concentrar todo o esforço de consolidação orçamental nos

trabalhadores e no povo, deixando intocados os interesses dos grandes grupos económicos e financeiros.

Quando confrontados com a proposta do PCP de renegociação da dívida, o Governo e a maioria PSD/CDS

invocam os compromissos assumidos com os banqueiros, que têm de ser cumpridos custe o que custar,

mesmo que esse custo seja o afundamento da economia nacional e o empobrecimento acelerado dos

portugueses.

Para o PSD e o CDS, os compromissos com os banqueiros, especuladores e agiotas, com os acionistas

dos grandes grupos económicos, com os senhores do dinheiro são sagrados; os compromissos com os

trabalhadores e o povo, esses, são sistematicamente ignorados e desrespeitados. Isto não é uma

inevitabilidade, é uma opção de classe do Governo.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Srs. Membros do Governo: Não venham dizer que não há dinheiro para pagar

salários e pensões, que não há dinheiro para garantir o direito à saúde e à educação, que não há dinheiro para

pagar prestações sociais. Há dinheiro, muito dinheiro, só que está a ser canalizado para a banca e os grandes

grupos económicos! Só com os juros da dívida pública serão, em 2014, 7300 milhões de euros.

Srs. Membros do Governo, querem saber como devolver os salários aos trabalhadores? Renegoceiem a

dívida! Querem saber como pagar as pensões de reforma devidas a quem trabalhou e descontou toda uma

vida? Renegoceiem a dívida! Querem saber como garantir cuidados de saúde e educação de qualidade?

Renegoceiem a dívida!

Mas o Governo e a maioria PSD/CDS nem querem ouvir falar nisto! Arruínam a vida dos portugueses para

não terem de beliscar nos interesses do grande capital. Argumentam que a proposta do PCP de renegociação

da dívida é irrealista, mas esquecem que a Alemanha também renegociou a sua dívida depois da II Guerra

Mundial e que foi essa renegociação que abriu caminho ao desenvolvimento económico e social desse país.

Dizem que a proposta do PCP é a política do «Não pagamos!», mas escondem que com a atual política a

dívida é insustentável e não poderá ser paga.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Paulo Sá (PCP): — A proposta que o PCP apresenta em sede de Orçamento do Estado limita o

pagamento dos juros da dívida pública a um valor máximo, libertando 5600 milhões de euros em 2014. São

5600 milhões de euros que ficariam disponíveis para investir na dinamização da economia nacional e na

melhoria das condições de vida do nosso povo. É este o único caminho que serve o interesse de Portugal e

dos portugueses.

Srs. Membros do Governo, é este o desafio que fazemos: enfrentem os grandes grupos económicos e

financeiros, enfrentem os especuladores, para defenderem os direitos do povo!

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Também para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado

Nuno Reis.

O Sr. Nuno Reis (PSD): — Sr. Presidente, Sr.as

e Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: O

PCP qualifica o Memorando de Entendimento como pacto de agressão, quer a troica fora de Portugal. No

entanto, apresenta propostas que, a serem aprovadas, criariam mais problemas do que aqueles que

pretendem resolver.

O Sr. Paulo Sá (PCP): — Lá está o argumento do costume!