23 DE NOVEMBRO DE 2013
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português conseguiu diminuir a sua dívida pública, em proporção do PIB, de 131,4%, no segundo trimestre,
para 128,8%, no terceiro trimestre.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Como?!…
O Sr. Nuno Reis (PSD): — É interessante, Srs. Deputados do Bloco de Esquerda, que o façam
precisamente nesta altura.
Uma última nota para a vossa proposta de autorizar o Governo, e cito, «(…) a estabelecer com o BCE uma
renegociação da taxa de juro de que o Banco é credor para valores idênticos ou próximos das taxas de
referência aplicadas a contratos de empréstimo à banca privada».
Em primeiro lugar, Sr. Deputado do Bloco de Esquerda, o Governo não precisa de autorização para fazer
aquilo que já está a fazer e, de igual modo, gostava de lhe recordar que a taxa de juro inicial média do
empréstimo contratado, ao abrigo do Memorando de Entendimento assinado pelos Srs. Deputados do Partido
Socialista, era acima de 5,5%, mas, hoje, é de cerca de 3,5%.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília
Meireles.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Secretários de Estado, Sr.as
e Srs.
Deputados: O PCP traz-nos uma proposta que denomina de renegociação da dívida, mas a verdade é que,
quando lemos a proposta, percebemos que é um conceito muito caricato de renegociação, porque é uma
renegociação que não tem dois lados, tem só um lado, que é o nosso.
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Isto não se chama renegociação, chama-se ultimato. É dizer assim:
«nós não pagamos aquilo que devemos», ponto final, parágrafo!
Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
Protesto da Deputada do PCP Rita Rato.
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — É falso!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — É a vossa opinião! É a vossa opinião e têm todo o direito a ela!
Se estamos a falar em renegociação, e já que os senhores estiveram aqui o tempo inteiro a estabelecer o
paralelo entre as medidas difíceis que são tomadas quanto a pensões e a salários e aquilo que é feito noutros
contratos, então, vale a pena lembrar alguns aspetos.
Vamos falar dos juros que o Estado português paga. É bom lembrar que os juros que o Estado português
paga são inferiores àqueles que foram inicialmente previstos quando se negociou o programa, e só são os
mais baixos de sempre.
Vozes do CDS-PP: — Bem lembrado!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não são altos, nem baixos, são impagáveis!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Desse ponto de vista, o Estado português já renegociou.