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I SÉRIE — NÚMERO 19

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O Sr. Nuno Reis (PSD): — A sete meses do final do Programa de Assistência Económica e Financeira,

iniciar, de motu próprio, um processo de renegociação da dívida pública direta poria em causa o regresso de

Portugal aos mercados internacionais de dívida e criaria problemas naquilo que é hoje um processo de

ajustamento controlado, mas que, mesmo assim, V. Ex.as

criticam.

Mais: os senhores apresentam uma proposta, dizendo que o Estado deve — e muito bem, acrescentamos

nós — honrar os compromissos com os detentores de certificados de aforro, de certificados do Tesouro, de

Certificados do Tesouro Poupança Mais, mas, por outro lado, vêm dizer que não são de cumprir os acordos

que o País assinou internacionalmente.

Protestos do PCP.

Por outro lado, VV. Ex.as

também criticam o Memorando de Entendimento, mas até já admitem, nesta

vossa proposta, utilizar parte do envelope financeiro que a troica nos atribuiu para recapitalizar precisamente a

Caixa Geral de Depósitos.

Vozes do PCP: — Está muito enganado!

O Sr. Nuno Reis (PSD): — Por um lado, renegam o Memorando, por outro, até o querem melhorar e

utilizar parte do envelope financeiro.

Aplausos do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Tem de estudar mais, Sr. Deputado!

O Sr. Nuno Reis (PSD): — Nós não sabemos, Srs. Deputados do Partido Comunista Português, se isto é

uma espécie de elogio da incoerência ou se é, de alguma forma, a expressão prática do ditado popular

«querer Sol na eira e chuva no nabal».

Mas, nesta fase, quero também aproveitar para tecer aqui algumas considerações sobre as propostas

apresentadas pelo Bloco de Esquerda.

O Bloco de Esquerda apresenta uma proposta idêntica à do ano anterior e ignora, ou parece ignorar, que a

dinâmica da dívida pública no nosso País está a estabilizar e não é, nem de longe nem de perto, a que era a

da Grécia, em 2012, quando houve necessidade de proceder a uma reestruturação da dívida, envolvendo

credores privados.

A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Está a estabilizar mas é no sentido ascendente!

O Sr. Nuno Reis (PSD): — De igual modo, é importante que se reconheça, e o Bloco de Esquerda

esquece isso propositadamente, que parte do efeito do crescimento da dívida, em proporção do PIB, nos

últimos dois anos, se deve a um processo de inclusão no perímetro de consolidação orçamental de encargos

com PPP…

Vozes do PSD: — Exatamente!

Protestos do PCP e do BE.

O Sr. Nuno Reis (PSD): — … e também de encargos com empresas do setor empresarial do Estado, que,

anteriormente, não contabilizavam para a dívida.

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Pois é!…

O Sr. Nuno Reis (PSD): — Mas a suprema ironia da proposta do Bloco de Esquerda é a de que é aqui

apresentada precisamente na semana em que se fica a saber que, pela primeira vez desde 2011, o Estado