I SÉRIE — NÚMERO 19
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O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — O mais curioso é saber que o Governo do Partido Socialista, que
contratou a totalidade dos swaps (fê-los todos), que foi criando mecanismos de controlo não pouco rigorosos,
como, por exemplo, o despacho de 2009, que obrigava as empresas a comunicarem, em relatórios à parte,
todos os pormenores e todas as condicionantes dos contratos, assim que os recebe o que é que faz? Ignora-
os! Sabe qual é o despacho que evita de facto a assinatura de qualquer contrato swap? É um despacho
elaborado pelo Governo socialista cinco dias após ter perdido as eleições. Bem-vindos à clarividência!
Independentemente do que iremos descobrir, ou não, na Comissão de Inquérito, e por isso é bom que se
deixe que os seus trabalhos cheguem ao fim, há dois factos que podemos hoje dizer com certeza: o Governo
utilizou uma negociação musculada, pelos vistos, a pedido do Partido Comunista Português; o Governo ainda
não chegou a acordo com um dos bancos, mas está a defender o interesse público contra o que parece ser
um interesse abusivo da parte dos bancos. O que é que o Estado fez? Um corte à cabeça de 30% nos swaps
considerados tóxicos.
Mas vamos ser mais sérios ainda, Sr. Deputado do Partido Comunista Português: a empresa que mais
abusou, para lá daquilo que era lícito, na assinatura destes contratos, foi a Metropolitano de Lisboa.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Não foi a empresa, foram os gestores dessa empresa!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Vejo, muitas vezes, o Partido Comunista Português a pedir mais
investimento no Metro de Lisboa, mais linhas, mais ordenados para os trabalhadores, mais subsídios… Há
uma coisa que têm de perceber de uma vez por todas: ou querem festa e, depois, têm de a pagar; ou de facto
não querem nem uma coisa nem outra!
Relativamente a swaps, o que o Governo fez foi corrigir uma coisa muito simples: a falta de cuidado no
financiamento das empresas públicas da parte do Partido Socialista; corrigir a falta de atenção da tutela para
riscos que aumentavam à medida que assinavam contratos swaps. E fez uma outra coisa muito simples: uma
gestão prudencial, uma gestão cumprindo o Estado de direito.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Sr. Deputado, diga lá se os swaps são especulativos, ou não.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Se alguma coisa põe em risco o contribuinte português, qual é a
solução? Acabar imediatamente com ela, custe a quem custar. Tem custado aos bancos, que dizem que têm
tido prejuízos.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Coitadinhos dos bancos!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Essa é a ação que quero ver do Estado português, ou seja, força e
grande convicção quando se trata de defender o interesse público. É isto que está a acontecer relativamente a
swaps.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Coitadinhos dos bancos!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira,
do PCP.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A discussão em torno desta proposta
reafirma também a sua justeza.
Sr.as
Deputadas e Srs. Deputados do PSD e do CDS, em 2013, o Governo cortou salários e pensões
dizendo que não havia dinheiro; em 2013, o Governo entregou a bancos internacionais 1008 milhões de euros
para resolver contratos swap.