23 DE NOVEMBRO DE 2013
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Sr.as
e Srs. Deputados, não é legítimo cortar salários e pensões! Não é legítimo utilizar dinheiro público
para garantir a especulação! Não é legítimo o Estado continuar a utilizar os impostos para estes fins ilegítimos,
com que a banca continua a lucrar!
Sr.as
e Srs. Deputados, o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, proferido há algumas semanas,
confirma que estes contratos swap podem, e devem, ser anulados, porque são especulativos e, em muitos
casos, ilegítimos, como é o caso dos contratos que foram assinados e resolvidos com 1008 milhões de euros,
Sr. Deputado Hélder Amaral, com instruções dadas pelo Governo para que as empresas públicas se
endividassem ainda mais para suportarem este custo. Nada disto é legítimo. E a proposta que aqui
apresentamos, Sr.ª Deputada Ana Catarina Mendonça, do Partido Socialista, é precisamente para que essa
ilegitimidade seja reconhecida e estes contratos sejam anulados ou declarados nulos.
O Estado não pode gastar 1 cêntimo mais com especulação. Tenham os senhores a coragem de enfrentar
esses interesses, tenham os senhores a coragem de enfrentar o capital financeiro, certamente teremos outro
rumo para o País!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Afonso Oliveira (PSD): — Nada disso!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra a Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro.
A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro (Isabel Castelo Branco): — Sr. Presidente, Srs. Deputados:
Gostava só de recordar que, como já foi dito aqui, os swaps foram sujeitos a uma negociação forte e
musculada, que permitiu descontos de mais de 30%, descontos estes que se traduzem em poupança nos
fluxos esperados que as empresas públicas teriam de pagar no futuro e que agora não vão ter de pagar.
Esses descontos tiveram um impacto simétrico nos resultados dos bancos com quem os swaps foram
renegociados.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua, do Bloco de
Esquerda.
A Sr.ª MarianaMortágua (BE): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o essencial sobre este debate é que
durante anos foram contratados derivados de especulativas empresas públicas e vários governos fecharam os
olhos a este problema. E hoje, perante este problema, perante o prejuízo, o Governo tem vários pareceres que
dizem que estes contratos devem ser anulados, tem o exemplo de pequenas empresas que não pagaram os
contratos swap e resolve pagar mais de 1000 milhões para cancelar estes contratos à banca e diz que é uma
grande coisa.
Os bancos internacionais, que, no estrangeiro, são postos em tribunal e pagam multas por práticas
especulativas, em Portugal, são-lhes dados 1000 milhões e ainda ficam com os processos de privatização de
empresas públicas. E são estas as escolhas deste Governo, sistematicamente.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Relativamente ao Capítulo X — Outras disposições, temos o artigo
142.º (Transporte gratuito).
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda.
A Sr.ª HelenaPinto (BE): — Sr. Presidente, só por teimosia e arrogância, o Governo recusa repor o direito
às concessões de transporte a ferroviários e a outros trabalhadores do setor. É pura vingança contra estes
trabalhadores, Sr. Secretário de Estado Sérgio Monteiro. Esta medida não acrescenta nada nas contas das
empresas. É pura vingança retirar este direito aos reformados do setor, que deram o seu melhor às empresas,