27 DE NOVEMBRO DE 2013
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Aplausos do PS.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, mas este Governo não fica por aqui. Há outra marca neste
Orçamento: a hipoteca do nosso futuro.
Este Orçamento não compromete apenas a saída da crise, mas também o nosso desenvolvimento a médio
prazo.
Ao penalizar áreas como as da educação, do ensino superior e da investigação científica o Orçamento
revela uma extraordinária falta de visão e de estratégia quanto ao nosso futuro. No essencial, este Orçamento
colabora com a perspetiva daqueles que consideram que a competitividade do País está numa população
pouco formada, com empregos precários e salários baixos.
Aplausos do PS.
Este Orçamento destrói a capacidade produtiva do País e despreza o potencial de mobilização que há nos
portugueses.
Não se lhe reconhece uma ponta de ambição.
Num momento em que é crucial mobilizar os portugueses para ultrapassarmos a crise, o que fez o
Primeiro-Ministro? Não encontrou melhor de que fazer uma visita de propaganda à reunião da Concertação
Social. No final, foi evidente: nenhum projeto, nenhuma proposta, nenhuma ideia, nenhuma ambição. Isto, sim,
é um verdadeiro choque de espectativas.
Aplausos do PS.
Sr.ª Presidente, a situação do País exige crescimento em vez de empobrecimento, cooperação institucional
em vez de provocação constitucional, verdadeiros compromissos em vez de encenações de consensos. A
situação do País exige um Estado social sustentável e um horizonte de esperança.
A situação do País é muito difícil, nunca o negámos. O emprego deve ser a prioridade do nosso País, mas
não apenas o emprego, mas um emprego de qualidade baseado numa nova economia, sustentável, razão
para uma aposta forte na formação do capital humano, na criatividade e na inovação.
É essa a principal razão para aproveitarmos bem os recursos que são colocados à nossa disposição.
Falamos, em primeira linha, dos fundos comunitários, do maior volume de investimento de que iremos dispor
até 2020. Num momento de emergência nacional, a boa negociação do acordo de parceria e dos programas
operacionais será determinante para uma correta e célere aplicação dos fundos comunitários, orientados a
duas prioridades: a competitividade da nossa economia e a coesão social e territorial.
O aumento da competitividade da nossa economia passa, entre outros, pelo estabelecimento de uma
agenda para o crescimento assente em três eixos: apoio às exportações, substituição de importações por
aumento da produção nacional e captação de investimento estrangeiro.
O desenvolvimento do porto de Sines como plataforma logística e território qualificado para instalação de
empresas transformadoras, com uma ligação ferroviária de mercadorias a Madrid é um investimento prioritário
para o êxito da agenda para o crescimento, a par da simplificação administrativa, da rapidez dos processos
judiciais e da estabilidade do sistema fiscal e legislativo.
Parte dos fundos comunitários devem ser dirigidos à economia como incentivos reembolsáveis. Foi para
isso que propusemos, em Outubro de 2012, a criação de um banco de fomento. Já passou mais de um ano.
Mais uma medida que precisa de sair do papel, com urgência, para apoiar as pequenas e médias empresas no
acesso ao crédito, com taxas de juro mais baixas e com linhas de capitalização.
Ao mesmo tempo, torna-se necessário dinamizar a procura interna através de um acordo estratégico de
concertação social a médio e longo prazo. O aumento do salário mínimo nacional é uma necessidade para as
pessoas que ganham pouco, mas também é uma necessidade para que esse dinheiro alimente a economia.
Aplausos do PS.