I SÉRIE — NÚMERO 21
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Não é sério, desde logo, porque vem de quem se apresentou contra o Orçamento, mesmo antes de o
conhecer. Não é sério, porque o Partido Socialista queria atingir, com esta medida, uma receita estimada de
150 milhões de euros, quando sabe que, pela via negocial, o Governo assegura para 2014 uma poupança de
368 milhões de euros. E não é sério, porque visava pôr em causa um processo de renegociação que vai
poupar ao Estado mais de 7 mil milhões de euros de encargos neste sector, mais de 30% do valor herdado do
Governo anterior.
Sr. Deputado António José Seguro, todos nós devemos testar a nossa capacidade de chegar a consensos.
Mas isso não se faz na base da demagogia e na base da fuga ao diálogo democrático.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Quem propôs reunir com o Partido Socialista foi o PSD! E quem recusou sentar-se com o PSD foi o Partido
Socialista!
Quem tem chumbado permanentemente no teste do consenso? Aqueles que abrem portas ou aqueles as
fecham? Quem analisa argumentos e fundamentos ou quem, pura e simplesmente, diz «ou aceitam as coisas
como queremos ou não há diálogo»?.
Se quer testar a possibilidade de consenso, o Partido Socialista terá primeiro de se testar a si próprio e ao
seu comportamento.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Apesar de todas as dificuldades, desengane-se quem pensa que o
Governo apresenta um Orçamento de mera gestão corrente de bens escassos.
Apresenta, sim, uma proposta com visão, com estratégia para sairmos da administração da penúria em que
nos deixaram. Sabemos o que queremos e para onde vamos.
O Orçamento do Estado para 2014 relança as bases para um crescimento consistente, plurianual,
escoltado por outras políticas do Governo, como a Estratégia de Fomento Industrial para o Crescimento e o
Emprego, até 2020; um plano que aposta no regresso ao País produtivo e que visa o crescimento da
economia assente no aumento das exportações, na captação de investimento, na estabilização do consumo
privado e na qualificação do capital humano, como ainda há pouco disse aqui, e bem, o Sr. Deputado António
José Seguro, que folgo em ver aderir tanto a este plano para o fomento industrial e crescimento e
competitividade da nossa economia.
Estamos confiantes de que temos os meios, o rumo e a determinação para vencer de vez este embargo de
soberania em que nos colocaram.
O objetivo primeiro das políticas definidas na área económica são a consolidação dos sinais de
recuperação que temos vindo a observar.
Mas é óbvio que todo o estímulo dado ao crescimento em 2014 não esconde a dureza das medidas deste
Orçamento.
Queremos ver a economia a crescer, queremos equilibrar as contas, mas não queremos deixar de
promover a justiça social.
Por isso, o Orçamento protege as pessoas com menores rendimentos nos impostos e nas reduções
salariais da Administração Pública. Ao mesmo tempo, pede um esforço suplementar a quem tem rendimentos
mais elevados e elimina privilégios históricos. Propõe, por exemplo: a suspensão das subvenções vitalícias de
antigos titulares de cargos políticos; volta a inscrever a criação da taxa sobre as transações financeiras; cria
uma contribuição extraordinária sobre a produção de energia; reforça a contribuição adicional da banca; e
mantém taxas adicionais de solidariedade, em sede de IRS e de IRC, aos rendimentos mais elevados.
Mas o peso fiscal em quem mais pode não consola os que podem menos. Preocupam-nos, sobretudo, os
desempregados — jovens ou de longa duração, mulheres e homens que sentem que é cedo para a reforma e
tarde para recomeçar.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.