27 DE NOVEMBRO DE 2013
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Mantemos a majoração em 10 % no subsídio de desemprego nos casais em que ambos estão sem
trabalho.
O Orçamento contempla ainda o alargamento dos estágios financiados integralmente pelo Estado e
potencia a requalificação dos desempregados nos programas de 2013, que transitam para 2014.
Esta maioria e este Governo atualizam, novamente em 2014, o valor das pensões mínimas sociais e rurais
que o Governo anterior congelou.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O Orçamento é vital para a condução dos nossos dias em 2014. Mas a
essência do nosso problema supõe uma travessia mais longa.
Não sairemos desta situação se não estivermos em sintonia no propósito maior que é a consolidação de
um Portugal renovado, um País capaz de recuperar e manter a sua autonomia.
Precisamos de um mesmo rumo, por várias legislaturas, apto a diferentes conduções partidárias. Temos,
por isso, a obrigação de convergir sobre o interesse nacional.
O País espera do Partido Socialista a capacidade para conjugar esforços num diálogo sobre o nosso futuro
coletivo.
Mas, para isso, é preciso que tenha verdadeira vontade. Tenho para comigo que isso só acontecerá
quando se libertar de uma liderança ensombrada pelo ex-líder e pelo fundador, alternadamente.
Afinal, quem faz hoje a agenda do Partido Socialista? O seu Secretário-Geral? Ou essa «ala magna» que
instiga a quebra da urbanidade e do respeito democrático…
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
… e que exige, de uma assentada, e cumulativamente, a queda do Governo, a queda do Parlamento e a
queda do Presidente da República?
Onde está a defesa do Estado de Direito e da Constituição da República?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ainda se ouvem palavras construtivas e de moderação em Francisco Assis ou mesmo em Teixeira dos
Santos, que defendeu a abstenção do Partido Socialista neste Orçamento do Estado.
E ao silêncio da direção do PS que valor devem os portugueses atribuir-lhe? De concordância encapotada?
Ou de discordância envergonhada?
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Todos precisamos de clareza. O futuro de Portugal precisa da clareza de todos.
Todos precisamos de humildade e de coragem. E o futuro de Portugal precisa da humildade e da coragem
de todos.
O patriotismo e a responsabilidade sobre as futuras gerações conduzem-nos a um entendimento mínimo
sobre o caminho a seguir, sem complexos e sem fantasmas.
Chegados a um imenso peso fiscal, conquistada uma contenção da despesa de forma expressiva, é
importante refletir sobre a missão e a dimensão do Estado. Só nessa reflexão encontramos soluções para a
sustentabilidade do País.
Este é um debate político e não uma escalada na competição partidária de venda de facilidades ou de
direitos.
Não pode ser, também, um exercício de contabilidade sobre quanto custa a dignidade da vida de cada
português.
Nenhum partido pode refugiar-se na utopia de um Estado total, sem disposição para discutir as condições
para a pôr em prática ou ficar na miragem de um Estado onde a despesa estrutural seja uma prisão para o
desenvolvimento.