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I SÉRIE — NÚMERO 22

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O Sr. Adão Silva (PSD): — … mas também vale a pena lembrar que no passado, quando foi debatida aqui

uma lei de bases inteira, muito mais completa do que apenas esta alteração de dois artigos, este Parlamento

discutiu-a sem qualquer documento que consubstanciasse a linha orientadora dessas alterações.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

A Sr.ª Mariana Aiveca (BE): — E depois?!

A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra o Sr. Deputado Raúl de Almeida, do CDS-PP.

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados,

Sr. Ministro, é um imperativo e um trabalho da maior envergadura assegurar a sustentabilidade da segurança

social. É óbvio que a inversão da pirâmide demográfica, que se traduz por um aumento da esperança de vida,

que é bom, que é salutar e com o qual todos nos congratulamos, corresponde também a um decréscimo da

natalidade que nos preocupa e relativamente ao qual queremos criar medidas e condições para que a situação

se possa inverter.

Sr. Ministro, olhando para a Alemanha, para a França e para a Itália constatamos que a idade da reforma

aumentou para 67 anos ou para 68 anos.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Com o mal dos outros podemos bem!…

O Sr. Raúl de Almeida (CDS-PP): — Compreendemos este aumento da idade da reforma, Sr. Ministro, e

compreendemos também que Portugal foi moderado e aquém da troica, de forma a causar o menor impacto

social possível, ao ficar nos 66 anos. Contudo, Sr. Ministro, temos também consciência de que há profissões,

as chamadas profissões penosas ou de desgaste rápido — estou a lembrar-me de cirurgiões, de pilotos de

aviação, de controladores aéreos ou de mineiros —, que têm condições de desgaste diferentes do comum das

profissões, o que implica com o bem-estar, com a segurança e com a saúde dessas pessoas, mas também

com a segurança e o bem-estar geral, em muitos casos.

Sr. Ministro, o que lhe pergunto é se estes casos foram devidamente excecionados, se estão

salvaguardados estes casos de profissões de risco, de profissões penosas e se estes trabalhadores têm os

seus direitos e as suas especificidades asseguradas.

Aplausos do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social para

responder.

O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — Sr.ª Presidente, começo por

agradecer às bancadas do PSD e do CDS a cedência de tempo ao Governo para permitir uma resposta mais

global.

Começo por responder às questões colocadas pelo Srs. Deputados José Luís Ferreira, Mariana Aiveca e

David Costa.

Srs. Deputados, a pior coisa que podemos fazer aos sistemas sociais é não reconhecer os problemas.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — É destruí-los!

O Sr. Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: — A pior coisa, o que destrói os

sistemas sociais é querermos enterrar a cabeça na areia e dizer que não há dificuldades perante o mundo

como ele é hoje.

Srs. Deputados, se ligarmos os dados da economia e da demografia percebemos que, de hoje em diante,

vamos ter cada vez menos trabalhadores ativos para mais pensionistas, que, felizmente, terão pensões

durante mais anos, fruto do aumento da esperança média de vida.