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I SÉRIE — NÚMERO 22

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dos trabalhadores e porque representam um pesado sacrifício para a economia do País» — em 1962, há mais

de 50 anos. E dizia: «Na defesa da previdência não se hesitará nem se transigirá».

Sr.as

e Srs. Deputados da maioria, na proteção e no respeito pela previdência e pelo sistema previdencial, o

PS não hesitará nem transigirá.

Aplausos do PS.

A Sr.ª Presidente: — A próxima intervenção é do PCP.

Sr. Deputado Jorge Machado, tem a palavra.

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Com uma

Exposição de motivos de apenas dois parágrafos e alterando apenas dois artigos da lei de bases da

segurança social, este Governo de desgraça nacional aumenta a idade de reforma de todos os trabalhadores

portugueses.

Para o ano de 2014, o Governo pretende mudar o ano de referência do dito fator de sustentabilidade do

ano 2006 para o ano 2000 para assim, a martelo, aumentar imediatamente a idade de reforma para os 66

anos. Não satisfeito, além de aumentar a idade de reforma, o Governo atira para a incerteza a vida dos

trabalhadores.

Na verdade, com esta proposta de lei, a partir de 2015 passa a ser impossível saber qual é a idade da

reforma, uma vez que esta passa a estar condicionada à evolução da esperança média de vida. Ao contrário

do que o Governo afirma, a verdade é que a idade de reforma em 2015 ou 2016 poderá atingir os 67 ou os 68

anos de idade.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Assim, com esta proposta de lei, deixa de ser possível aos trabalhadores

programar a sua própria vida, as suas opções e a sua passagem à idade de reforma.

Numa conceção do ser humano como mais uma peça de uma máquina que se destina a trabalhar, o

aumento da esperança média de vida representa para este Governo mais tempo de trabalho e não uma

melhoria da qualidade de vida ou a possibilidade de gozar uma reforma com mais tempo e qualidade.

Usando as portas que o PS abriu com a introdução do fator de sustentabilidade, o Governo PSD/CDS usa

o avanço, o progresso tecnológico, o aumento da esperança média de vida, para atacar as condições de vida

dos trabalhadores e não para as melhorar.

Assim, não é só justo, como necessário, colocar o desenvolvimento ao serviço da qualidade de vida dos

trabalhadores e não ao serviço da exploração e da injustiça, como faz o Governo.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. Jorge Machado (PCP): — Importa referir que o aumento da idade da reforma aumenta o

desemprego, uma vez que obriga os trabalhadores a arrastarem-se no tempo e no trabalho porque não têm

alternativa.

O Governo do PSD e do CDS, aquele partido dos reformados e do cisma grisalho, ao contrário do que

afirmam, não têm em conta as longas carreiras contributivas e penalizam todos os trabalhadores.

Efetivamente, há trabalhadores que começaram a suas carreiras contributivas muito cedo, começaram a

trabalhar com 14, 15 anos de idade e hoje, tendo 40 ou mais anos de descontos, se vêm obrigados a trabalhar

mais e mais tempo. Isto, além de injusto, é imoral.

O PCP reitera aqui a sua proposta de que os trabalhadores com 40 ou mais anos de carreira se possam

reformar, independentemente da idade, e sem penalizações.

Aplausos do PCP.