5 DE DEZEMBRO DE 2013
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A resolução dos problemas nacionais passa pela rejeição do pacto de agressão da troica e pela adoção de
uma política alternativa que assuma como prioridade a criação de condições para o crescimento da economia,
a defesa e reforço da capacidade produtiva nacional e a valorização do trabalho e dos trabalhadores.
Sabemos que o Governo não quer ouvir falar na renegociação da dívida, nos moldes propostos pelo PCP.
Sabemos que o Governo não se atreve a beliscar os grandes interesses económicos e financeiros. Sabemos
que o Governo pretende continuar a usar a consolidação das contas públicas e a dívida como pretexto para
aplicar o seu programa ideológico de reconfiguração do Estado e de agravamento da exploração de quem vive
do seu trabalho.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
O Sr. Paulo Sá (PCP): — Conhecemos bem as opções do Governo e dos partidos que o suportam, mas o
PCP continuará a exigir a renegociação da dívida, em defesa dos interesses de Portugal e dos portugueses.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
A Sr.ª Presidente: — Para proferir a próxima intervenção, do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Nuno
Reis.
O Sr. Nuno Reis (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Srs.
Secretários de Estado, Sr.as
e Srs. Deputados: A postura política do PCP nesta questão da dívida pública
suscita-nos várias interrogações.
Desde logo, é ou não verdade que se esta operação de compra de dívida pelo Estado de parte das
obrigações que se venciam em 2014 e 2015 e da emissão de novas obrigações com diferentes prazos de
maturidade tivesse corrido mal, Portugal estaria perante a quase inevitabilidade de um segundo resgate e,
como tal, a permanência da troica, em Portugal, estaria assegurada para além de junho do próximo ano? Isto
é ou não verdade, Srs. Deputados do PCP?
Se VV. Ex.as
estão contra uma simples operação de troca de dívida, que não significa o regresso normal do
País aos mercados, mas é um passo nesse sentido, pergunto ao Sr. Deputado Paulo Sá se não há aqui uma
espécie de desejo inconfessado do PCP em ver a troica permanecer em Portugal ad aeternum.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é a vossa vontade!
O Sr. Nuno Reis (PSD): — É sabido que, nas recentes eleições autárquicas, as primeiras desde que se
iniciou o programa, o PCP foi o único partido que cresceu em número de votos — aliás, já lhe demos os
parabéns.
Há dias, ficámos a saber que uma grande autarquia, agora liderada por um conhecido dirigente do PCP,
terá dívidas de mais de 20 milhões de euros.
Se a autarquia em causa, Sr. Deputado Paulo Sá, unilateralmente, decidir não pagar aos fornecedores,
sejam eles PME ou entidades bancárias, pergunto-lhe se isso é bom e, se sim, quais as consequências que
pode ter para a própria autarquia e para as entidades envolvidas.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — É o que fazem no Seixal!
O Sr. Nuno Reis (PSD): — Já agora, se for possível a autarquia de Loures, no caso, diminuir a pressão
sobre o pagamento dessa dívida, designadamente estabelecendo um plano de pagamentos com algum
fornecedor, como aconteceu recentemente, isso é bom ou isso é mau, Sr. Deputado?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas isso é negociar, não é o que estão a fazer!