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I SÉRIE — NÚMERO 23

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eram nacionalizados? E essa recapitalização ou nacionalização era paga como? Como é que as poupanças

dos portugueses eram salvaguardadas?

Srs. Deputados do PCP, as discussões são totalmente legítimas desde que não escondamos atrás da porta

a consequência da proposta que apresentamos. Se os senhores querem discutir com seriedade, então sejam

capazes de dizer quais são as consequências da posição que defendem e de pesá-las em comparação com a

situação atual.

Mas já temos a resposta para isso. Sabemos que se o PCP for chamado a decidir não faz aquilo que aqui

defende, faz exatamente o contrário.

Daria o exemplo da Câmara Municipal do Seixal, governada com maioria absoluta do PCP.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Está enganado! Não sabe do que está a falar! Está a comparar câmaras

com o Estado!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Foi publicada uma notícia, com declarações do Vice-

Presidente da Câmara do Seixal, que diz o seguinte: «A Câmara do Seixal financiou-se junto da banca em 40

milhões de euros para saldar 38 milhões de euros de dívidas a fornecedores». Ou seja, para pagar a

fornecedores com quem a Câmara se comprometeu — recebeu os serviços, recebeu os bens e não pagou —,

o que é que a Câmara do Seixal, do PCP, fez? Financiou-se na banca, ou seja, pagou juros e dar lucros à

banca em relação às obrigações que não foi capaz de cumprir!

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Porque o seu Governo cortou o financiamento às autarquias!

O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ou seja, o chamado privilégio, que supostamente outros

governos atribuem à banca, não é maior nem menor do que o privilégio que a Câmara Municipal do Seixal,

governada pelo PCP, atribui à banca.

Mas vamos mais longe, vamos à questão dos mercados. Cito declarações de Joaquim Santos, Vice-

Presidente da Câmara do Seixal: «Ao passo que muitos outros municípios aderem a programas, a Câmara do

Seixal enveredou por um caminho próprio que denota a confiança e a credibilidade que esta tem nos

mercados». Vejam lá que um Vice-Presidente de uma Câmara comunista não pagou a fornecedores, foi à

banca buscar dinheiro para pagar com o dinheiro que não tem, hipotecando as novas gerações de seixalenses

que vão ter de pagar a dívida que a sua Câmara constituiu, pagando lucros altamente especulativos e

totalmente imerecidos!… Foi esta a estratégia que o PCP adotou para proteger, como dizem tantas vezes, os

cidadãos e os trabalhadores? Não, Srs. Deputados! Para pagar o que não conseguiam pagar o que não

conseguiam pagar de outra maneira e — pasme-se! — para terem a credibilidade e a confiança dos mercados.

Também neste caso, o PCP não só não fala das consequências da posição que defende como defende

algo que não é o que pratica quando é chamado a assumir responsabilidades.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, a Sr.ª Secretária do Estado do Tesouro.

A Sr.ª Secretária de Estado do Tesouro (Isabel Castelo Branco): — Sr.ª Presidente, Sr.as

e Srs.

Deputados: Portugal efetuou ontem uma operação de troca de dívida pública em mercado. Através dessa

operação, o IGCP recomprou cerca 6,6 mil milhões de euros de obrigações do tesouro de médio e longo prazo

e emitiu um montante idêntico de dívida com maturidades, em 2017 e em 2018.

Ao contrário do que tem sido referido, a operação de troca de dívida pública que ontem teve lugar não

configura uma reestruturação dos pagamentos devidos pelo Estado português. A operação de troca de ontem

foi uma operação sujeita às regras da oferta e da procura de mercado. Um conjunto de investidores, que

representaram 26% das emissões em causa, escolheu aceitar a proposta que o IGCP fez para comprar as

suas obrigações do tesouro com vencimento em 2014 e 2015 e emitir, em troca, obrigações do tesouro com