5 DE DEZEMBRO DE 2013
15
As nossas exportações, nos últimos anos, cresceram mais do que em países como a Irlanda, a Espanha, a
Itália, a França e até como a Alemanha. De facto, as nossas exportações cresceram quase 25% em três anos!
Srs. Deputados, se olharmos para a redução da despesa e do défice público, que é o segundo ponto para
conseguir que esta dívida seja sustentável, veremos que, em 2012, conseguimos, pela primeira vez em muitos
anos, atingir um saldo primário estrutural equilibrado.
O Sr. João Galamba (PS): — À custa dos trabalhadores!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Em 2014, conseguiremos tanto um saldo
primário estrutural como um saldo primário positivo, ou seja, Sr.as
e Srs. Deputados, antes de pagamento de
juros, com ou sem efeitos de ciclo, as nossas contas estarão equilibradas. E tal não acontece desde 1997, Srs.
Deputados!
A nossa despesa primária, entre 2010 e 2013 — sabem? —, reduziu-se de 6,4 mil milhões de euros e, até
final de 2014, terá uma redução total de 10 mil milhões de euros.
Mas dizia o Sr. Deputado João Galamba, e com razão, que é preciso criar as condições para o
crescimento. Essas condições para o crescimento, Sr. Deputado, são criadas através das chamadas reformas
estruturais.
Risos dos Deputados do PS João Galamba e Pedro Jesus Marques.
E, Srs. Deputados João Galamba e Pedro de Jesus Marques, sabem que, entre janeiro e setembro de
2013, para cada empresa que fechou abriram duas? Os Srs. Deputados estão conscientes dessa capacidade
que tem havido por parte das empresas portuguesas? Os Srs. Deputados têm consciência das reformas
estruturais que fizemos e dos seus resultados?
Quando olhamos para o sistema judicial, quando olhamos para as ações executivas, verificamos que no
segundo trimestre de 2013 por cada ação executiva cível que entrou no sistema resolvemos duas, enquanto
que há três anos não resolvíamos nenhuma.
São estas as reformas que a OCDE já reconheceu como um potencial para aumentar o nosso Produto
Interno Bruto em 3,5% até 2020.
O Sr. João Galamba (PS): — Onde? Como?!…
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Esta é a prova de que estamos a conseguir
dar a volta para o crescimento.
O Sr. João Oliveira (PCP): — É, é!…
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — O sucesso da operação de ontem
demonstra o contrário do que foi aqui dito, ou seja, demonstra que estamos no caminho certo e que vamos
conseguir.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma nova intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Mariana Mortágua.
A Sr.ª Mariana Mortágua (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: O
Sr. Secretário de Estado, em 2011, era muito poupadinho e dizia, quando tínhamos uma dívida pública de
93%, «o que temos de dizer aos nossos credores é que dos 100 que nos emprestaram só podem receber 70
ou 80 desse montante». De tão poupadinho que era em 2011, passou hoje a esbanjador e a dizer aos
mesmos credores «pelos 100 que nos emprestaram vão receber 105 ou 110.»