I SÉRIE — NÚMERO 23
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O Sr. João Galamba (PS): — Tenho-o aqui!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, escrevi esse texto em 2010
— lembram-se? —, mais ou menos na altura do PEC 1 e não tenho qualquer dúvida, Sr. Deputado João
Galamba, de que se Portugal continuasse com o modelo económico baseado nas grandes obras, na ideia de
que gastar traz crescimento, Portugal teria chegado a um momento de insustentabilidade.
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
Sr. Deputado João Galamba, a prova de que aquilo que afirmei era verdade é que um ano depois de eu ter
escrito esse texto estávamos a pedir aos nossos parceiros um programa de ajustamento.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Deputado João Galamba afirmou aqui hoje que a operação de ontem foi realizada a uma taxa muito
elevada, que tal não contribui para um custo médio sustentável da nossa dívida, bem como disse ontem o Sr.
Deputado Pedro Jesus Marques.
Ora, Sr. Deputado João Galamba, em fevereiro de 2011, o Governo de então, do Partido Socialista, fazia
uma emissão de dívida pública a cinco anos de 3,5 mil milhões de euros a pagar a uma taxa de juro — sabem
de quanto Srs. Deputados? — de 6,4%!
Vozes do PSD: — Ah!…
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — Na altura, o Partido Socialista não achou
que isso fosse insustentável.
O Sr. João Galamba (PS): — Mas eu digo que era!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado João Galamba e o Sr.
Deputado Pedro Jesus Marques, nessa altura, nunca se referiram a essa taxa,…
Protestos do Deputado do PS João Galamba.
… mas hoje estão a dizer que a taxa que se pagou até 2018, também a cinco anos, na casa dos 4%, mais
precisamente 4,9%, é excessiva. Mas, na altura, 6,4% não era excessiva!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A questão que estamos aqui hoje a discutir, Srs. Deputados, é a da sustentabilidade da dívida. E para
falarmos de sustentabilidade da dívida temos de falar em duas dívidas: na dívida externa e na dívida pública.
Portugal fez um ajustamento da balança corrente em três anos de 10 pontos percentuais,…
O Sr. João Oliveira (PCP): — À custa da miséria!
O Sr. Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro: — … algo que nenhum país na União
Europeia conseguiu fazer. Aliás, a Irlanda demorou cinco anos para conseguir ajustar a sua balança da conta
corrente
Em 2013, a nossa balança da conta corrente e de capital será positiva, de 2,3% — fui olhar para os dados
e desde 1986 que não consigo encontrar um dado positivo na balança corrente e de capital —, e isso graças à
evolução das nossas exportações, que são a prova de que estamos a conseguir dar a volta.