7 DE DEZEMBRO DE 2013
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Portanto, face a este quadro, é, pois, necessário reconhecer que a introdução de portagens na Via do
Infante foi um erro crasso a todos os níveis.
Sr. Deputado Artur Rêgo, parece-me que não chega dizer que o CDS foi o primeiro ou que foi o segundo. O
que é verdade é que as portagens lá estão e que foi o Governo que o CDS também apoia que as lá colocou.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não é verdade!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Quem as colocou no terreno foi este Governo.
Sr. Deputado João Almeida, quer que lhe diga quando é que as portagens foram instaladas? Foi a 8 de
dezembro de 2011, cinco meses depois de o Governo PSD/CDS ter tomado posse. Quem começou o
processo foi o PSD. Quem as colocou foi o Governo PSD/CDS. Esta é a verdade.
Para terminar, gostaria de dizer apenas que Os Verdes acompanham os objetivos dos peticionantes e que
vão votar a favor das iniciativas em discussão, que pretendem abolir as portagens da Via do Infante.
Volto a sublinhar que quem colocou as portagens na Via do Infante foi o atual Governo PSD/CDS.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Muito bem!
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo
Cavaleiro.
O Sr. PauloCavaleiro (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Em primeiro lugar, começo por
cumprimentar os peticionários e referir que esta é uma questão à qual todos somos sensíveis.
No entanto, o PSD não pode ser alheio ao estado económico do País nem às dificuldades que atravessa,
em grande parte devido aos erros do anterior Governo do Partido Socialista. Não é possível e nem sequer é
sério discutir o problema da introdução de portagens nas ex-SCUT, nomeadamente o caso da A22 no Algarve,
sem falar do passado e das opções assumidas pelo anterior Governo nesta matéria.
A forma irrealista como o anterior Governo, socialista, encarou a questão das obras públicas e a concreta
construção de estradas é por demais conhecida e as consequências estão à vista. Afinal, as SCUT não se
pagavam a si próprias. O Governo socialista, num ambiente de facilidades e de irresponsabilidade, lançou
ainda mais um conjunto de PPP, em que os primeiros pagamentos serão agora em 2014, ou seja, a fatura está
aí para pagar.
Para além disso, é importante compreendermos que, no caso concreto do Algarve, a deliberação do
anterior Governo também não foi cumprida, uma vez que a data de entrada em vigor seria em abril e, afinal, só
entrou em dezembro de 2011. Mais uma vez, o PS demonstra a forma eleitoralista como gere estes
processos.
É verdade que o atual sistema de cobrança é assente em pórticos de critérios muito duvidosos, muito fora
do normal e fora da lógica; é verdade que há concelhos muito mais beneficiados em relação a outros; e é
verdade que o custo desses pórticos, cerca de 30% das receitas das portagens, é uma evidência e é também
um dos problemas que temos neste processo.
O Governo já conseguiu criar descontos, mantendo o atual modelo para mercadorias, e em relação à
matéria dos descontos também já se fez um trabalho na área das portagens relacionada com as motos e os
motociclos. Portanto, considero que este não é um modelo perfeito, é um modelo possível. Mas sabemos que
o Governo está a estudar novas soluções e acreditamos que essas novas soluções possam permitir mais
equilíbrio, mais justiça e mais respeito pelos princípios do utilizador-pagador e pelas áreas de quem mais cria
riqueza em Portugal, pois considero que esses são fatores importantes na decisão desta matéria.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório para uma
intervenção.