I SÉRIE — NÚMERO 25
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Sr. Presidente da Câmara Municipal de Chaves, Arquiteto António Cabeleira, vai daqui como veio, fica sem
saber qual é a posição do PSD. Mas não desanime, porque não é o único; nós também ficamos sem perceber
qual é a posição do PSD. Foram 5 minutos de «muita parra e pouca uva»!…
O Sr. David Costa (PCP): — Exatamente!
O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Quando falamos do encerramento do Tribunal de Chaves somos
forçados a questionar a racionalidade do processo que o Governo engendrou para encerrar tribunais, mas
também somos forçados a constatar que o Governo nem sequer respeitou os critérios que ele próprio definiu
neste processo.
É que, de facto, segundo dados do próprio Ministério da Justiça, o Tribunal de Chaves tem um maior
volume processual, quer a nível de processos de competência do Tribunal do Trabalho, quer quanto à grande
instância criminal, do que o Tribunal de Vila Real. Sr.ª Deputada, são dados do Ministério da Justiça.
Ao mesmo tempo, o Tribunal de Vila Real apresenta o dobro dos processos de execução em relação ao
Tribunal de Chaves, mas a proposta do Governo — pasme-se! — coloca o Tribunal do Trabalho e a grande
instância criminal em Vila Real e a Execução em Chaves, exatamente ao contrário do que o Governo definiu.
Sr.ª Deputada, estes são factos, e contra factos só nos resta encolher os ombros. Foi assim — não há
critérios, não se respeitam os critérios.
Protestos da Deputada do CDS-PP Teresa Anjinho.
Portanto, o que se passou neste processo foi exatamente aquilo que o Governo determinou. Ou seja, anda
tudo à deriva, o que interessa é encerrar serviços, quer sejam escolas, quer sejam centros de saúde, quer
sejam postos da GNR, quer sejam repartições de finanças, e agora os tribunais. O que interessa é fechar, os
critérios pouco interessam, são só «para inglês ver».
Como muito bem referem os peticionantes, nós também entendemos que o Tribunal Judicial da Comarca
de Chaves deve manter as grandes instâncias, tanto a nível cível, como criminal, a fim de garantir o acesso ao
Direito das populações da região do Alto Tâmega e do Barroso.
Não nos podemos esquecer de que a justiça é sinónimo de Estado de direito, como dizem os peticionantes,
pelo que manter o Tribunal perto das suas populações é não só um direito constitucional, como também um
importante vetor de desenvolvimento económico e social.
Acresce, ainda, que os transmontanos já estão fartos de levar porrada deste Governo. Quer dizer, estão
fartos de levar com o encerramento de serviços: serviços de saúde, GNR, CTT, finanças, escolas. É tudo a
encerrar e, portanto, já sofreram o suficiente com as políticas deste Governo, que continua, aliás, a agravar-
lhes a sua qualidade de vida e a criar-lhes problemas.
Resta-me apenas dizer que nós, Os Verdes, acompanhamos os peticionantes na exigência de manter o
atual Tribunal Judicial da Comarca de Chaves como Tribunal de Comarca e creio que, neste sentido, fazemos
o que devemos fazer, que é acompanhar o interesse das populações.
Aplausos de Os Verdes e do PCP.
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, terminado o debate desta petição, relativa ao Tribunal Judicial da
Comarca de Chaves, vamos entrar no período regimental de votações.
Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum, utilizando o sistema eletrónico.
Entretanto, cumprimento o Sr. Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, o Sr. Ministro de
Estado e dos Negócios Estrangeiros e também a Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da
Igualdade que se juntam hoje a nós na apreciação do voto sobre o falecimento de Nelson Mandela.
Pausa.
Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista 203 presenças, às quais se acrescentam 2, perfazendo 205
Deputados, pelo que temos quórum para proceder às votações.