7 DE DEZEMBRO DE 2013
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dos que maior justiça reuniu; hoje, quase todos se curvam perante a sua memória nesta invocação de respeito
universal.
A razão desta homenagem universal é simples: ao contrário do quepensavam aqueles que lideraram um
regime que impunha uma lógica sobre Mandela e aqueles que partilhavam com ele a cor da pele, Mandela era
muito superior. Mandela é muito superior, e é por isso que o homem que agora parte jamais morrerá.
Aplausos do CDS-PP, do PSD e de Deputados do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe, do PCP.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados: Neste dia,
honramos a memória e o exemplo de Nélson Mandela.
O Grupo Parlamentar do PCP congratula-se com a elaboração deste voto e, seguramente, com a sua
aprovação.
O grande exemplo de Nelson Mandela é um exemplo de luta, de inconformismo, é um exemplo de que, por
mais difícil que seja, a luta quando é justa vale sempre a pena. E Nelson Mandela pagou o preço dessa luta
com 27 anos de prisão nas cadeias do regime do apartheid.
É preciso dizer que isso aconteceu sob a acusação da prática de atos de terrorismo, porque Nelson
Mandela dirigia a luta armada do ANC, do povo da África do Sul para derrubar esse hediondo regime do
apartheid. Por isso, pagou com 27 anos de prisão, com uma condenação a prisão perpétua, que não foi
executada precisamente porque o povo sul-africano, a sua luta, a luta do ANC derrubaram o regime do
apartheid.
E o regime do apartheid não caiu pela benevolência dos seus defensores, caiu porque a luta de Nelson
Mandela, a luta de Walter Sisulu, a luta de Oliver Tambo, a luta de Joe Slovo, a luta de milhares de patriotas
sul-africanos lutadores pela liberdade da África de Sul, a luta do povo da África do Sul conseguiu derrubar
esse regime hediondo.
Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, a reconciliação pela qual Mandela tanto lutou
não pode ser ocultada da História, porque a História tem de ser conhecida precisamente para que não se
repita. E é bom que se assumam essas responsabilidades, como, aliás, se assumiu na África do Sul, através
da Comissão de Verdade e Reconciliação — foi da reconciliação, mas foi da verdade.
É preciso dizer que, em 1987, quando a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução
exigindo a libertação incondicional de Nelson Mandela, teve apenas três votos contra: o dos Estados Unidos,
de Ronald Reagan, o do Reino Unido, de Margaret Thatcher e o de Portugal, de Cavaco Silva.
Vozes do PS: — Bem lembrado!
O Sr. António Filipe (PCP): — A História não pode ser escondida.
Neste dia, em que todos, e felizmente por unanimidade, honramos a memória de Nelson Mandela, é
preciso recordar a História precisamente para que não se repita.
Aplausos do PCP, do BE, de Os Verdes e de Deputados do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem agora a palavra a Sr.ª Deputada Helena Pinto, do BE.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as
e Srs. Deputados: Nelson
Mandela é uma figura ímpar para a humanidade, inspirou e inspira gerações. A sua vida, a sua luta, as suas
escolhas não deixaram ninguém indiferente. É um símbolo da liberdade.
Permitam-me que relembre as palavras de Nelson Mandela exatamente sobre a liberdade: «Liberdade não
é meramente tirar as correntes de alguém mas, sim, viver de uma forma que respeita e aumenta a liberdade
dos outros». Era este o pensamento de Nelson Mandela.
Nelson Mandela é um símbolo da luta contra o apartheid, esse regime odioso, é um símbolo da luta contra
o racismo.