14 DE DEZEMBRO DE 2013
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A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sim, Sr.ª Presidente. Serei muito rápida.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem a palavra.
A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Sr.ª Presidente, é só para, através do seu intermédio, confirmar junto do Sr.
Secretário de Estado se o estudo são estas três páginas que hoje recebemos. É só para saber se o estudo é
isto. Mais nada, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Como há de imaginar, não me posso substituir à Sr.ª Deputada
questionando um Membro do Governo, mas, como o Sr. Secretário de Estado fez saber que iria fazer a
distribuição dos documentos através da Mesa, a Sr.ª Deputada terá possibilidade de fazer a comparação entre
os documentos de que dispõe e os que serão entregues.
Fica, assim, concluído este ponto da nossa ordem de trabalhos.
Srs. Deputados, despedimo-nos do Sr. Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação,
bem como da Sr.ª Secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade e vamos entrar no
período regimental de votações.
Antes de mais, vamos proceder à verificação do quórum, utilizando o sistema eletrónico.
Pausa.
Entretanto, reassumiu a presidência a Presidente, Maria da Assunção Esteves.
Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista 209 presenças, às quais se soma 1 sinalizada à Mesa, da Sr.ª
Deputada Gabriela Canavilhas, do PS, o que perfaz 210 Srs. Deputados presentes, pelo que temos quórum de
deliberação.
Srs. Deputados, vamos dar início às votações, começando pelo voto n.º 165/XII (3.ª) — De pesar pelo
falecimento do arquiteto e pintor Nadir Afonso (Presidente da AR, PS, PSD, CDS-PP, PCP e BE).
Peço ao Sr. Secretário, Deputado Jorge Fão, o favor de ler o voto.
O Sr. Secretário (Jorge Fão): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados, o voto é do seguinte teor:
«Foi com profunda consternação e pesar que a Assembleia da República tomou conhecimento do
falecimento do arquiteto e pintor Nadir Afonso, no passado dia 11 de dezembro 2013, aos 93 anos de idade.
Nadir Afonso, nascido a 4 de dezembro de 1920, em Chaves, foi, enquanto arquiteto, pintor e pensador, um
dos introdutores do abstracionismo geométrico em Portugal, deixando uma vasta obra de referência que o
coloca entre os grandes pintores do último século.
Após uma infância vivida em Chaves, Nadir Afonso estudou Arquitetura na Escola de Belas-Artes no Porto
e prosseguiu os seus estudos na École des Beaux-Arts de Paris, em França.
Em Paris, Nadir Afonso trabalhou com Le Corbusier, ao mesmo tempo que pintava no ateliê de Fernand
Léger, tendo como colegas e amigos Max Ernst, Iannis Xenákis, Victor Vasarely e André Bloc, entre outros.
De 1952 a 1954, trabalhou, no Brasil, com o arquiteto Óscar Niemeyer, tendo inclusive dirigido o seu ateliê,
em São Paulo.
Nesse ano, regressou a Paris, retomando contacto com os artistas orientados na procura da arte cinética, e
desenvolveu estudos de estética e pintura que denominou ‘Espacillimité’, expondo este seu conceito, animado
de movimento, no Salon des Réalités Nouvelles, em 1958.
Mas o seu passado vivido ‘detrás dos montes’, a sua ‘educação simples contrária ao jogo social das
conveniências, das considerações forçadas e dos seus interesses subjacentes’, nas suas próprias palavras,
cedo o conduzem ao refúgio no isolamento e à dedicação exclusiva à arte, tendo abandonado definitivamente,
em 1965, a arquitetura.
Paralelamente à pintura, Nadir Afonso pensou profundamente a sua obra, deixando um notável conjunto de
textos, onde inscreve uma vigorosa reflexão teórica sobre os pressupostos da criação artística, atividade ímpar
no contexto dos artistas portugueses da sua geração.