14 DE DEZEMBRO DE 2013
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Protestos do PSD e do CDS-PP.
Se a Sr.ª Presidente permitir, quando a arruaça terminar, prosseguirei.
A Sr.ª Presidente: — Sr. Deputado, a possibilidade que a Mesa tem é descontar no seu tempo.
Faça favor de prosseguir, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Cada um dá cobertura política àquilo que quer e cada um tem de assumir as
responsabilidades por aquilo que faz.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E como se comprova…
A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, pedia-lhes que deixassem o Sr. Deputado João Oliveira prosseguir a
sua intervenção.
Faz favor, Sr. Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Com a cobertura dada a essas forças ultranacionalistas, neofascistas e
xenófobas, este voto, proposto pelo PS, PSD e CDS, promove a ingerência e o condicionamento da soberania
do povo ucraniano e o legítimo direito desse povo e das suas instituições decidirem da sua política e futuro
coletivos.
Vozes do PCP: — Exatamente!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Os partidos que assinaram, em Portugal, o pacto de agressão pretendem
agora que a mesma receita seja aplicada aos ucranianos, propondo que a Assembleia da República não
reconheça ao povo ucraniano e às suas instituições…
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Ao povo?!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … o direito a recusar tais imposições.
Com este voto, pretende impor-se ao povo ucraniano o acordo de associação UE/Ucrânia, que comporta
objetivos como o livre movimento de capitais, liberalizações e privatizações, o condicionamento da relação
comercial com terceiros países ao acordo, a participação da Ucrânia nas operações militares da União
Europeia, a cooperação com a Agência Europeia de Defesa, a zona de livre comércio e a transposição do
acervo jurídico comunitário.
O que a União Europeia pretende com a sua denominada «política de vizinhança», onde se engloba a
denominada «parceria oriental» e a concretização de acordos de livre comércio, é nada mais, nada menos do
que o domínio económico e, consequentemente, político ao serviço dos interesses dos grandes grupos
económicos e financeiros da União Europeia.
Estas imposições do chamado «acordo com a UE» são acompanhadas das exigências do FMI, de
imposição do congelamento dos salários, da redução do défice orçamental e da liberalização do preço do gás,
no quadro da concessão de um eventual empréstimo.
Da parte do PCP, expressamos, sim, a nossa solidariedade ao povo ucraniano e o pleno respeito pelas
suas liberdades democráticas e pelas suas decisões e opções soberanas quanto ao presente e ao futuro,
assim como às justas reivindicações e aspirações de todos aqueles que desejam um efetivo desenvolvimento
de relações de cooperação, mutuamente vantajosas entre os povos de toda a Europa, no respeito da
soberania e independência do povo ucraniano.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.