20 DE DEZEMBRO DE 2013
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A Sr.ª Presidente: — Lembro os Srs. Deputados que o tempo que cada um utiliza é imputado no tempo
global do grupo parlamentar, o que, quando há uma extensão excessiva das perguntas, resulta numa perda no
tempo global.
A próxima pergunta é do PCP.
Tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, dois anos e meio
de Governo, de aplicação do pacto de agressão e de prosseguimento da ofensiva contra as funções sociais do
Estado, estão a deixar o Serviço Nacional de Saúde numa situação verdadeiramente dramática.
A política seguida é uma política de redução drástica da capacidade de resposta e da prestação de
cuidados de saúde, por via de encerramentos de serviços, Sr. Ministro,…
O Sr. Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional: — Não, não!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sim, Sr. Ministro, têm encerrado serviços de saúde, centros e extensões de
saúde, bem como valências, e assiste-se à concentração de serviços e à diminuição dos horários de
funcionamento.
Eis dois exemplos paradigmáticos do encerramento de serviços: a população de Alferce ficou,
recentemente, sem a extensão de saúde e o centro de saúde da Bobadela, em Loures, encerrou. Mas o
mesmo se passa para as populações da região de Lisboa e Vale do Tejo, que, fruto da reorganização
hospitalar, a qual impôs a redução de serviços e valências, têm agora menos acesso a cuidados de saúde.
O Governo corta no Serviço Nacional de Saúde, mas, ao mesmo tempo, tem uma política de favorecimento
dos interesses privados, como se vê com as PPP e com o financiamento dos grandes hospitais privados.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Bem lembrado!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Só em PPP, gastaram-se, neste ano, 377 milhões de euros, mas, em 2014,
vão gastar-se 418 milhões de euros.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — No financiamento direto, os grandes grupos hospitalares, os mesmos grupos
que gerem as PPP da saúde, por via da ADSE, veem garantida cerca de 50% da receita.
O negócio da saúde é tão cobiçado que as misericórdias afirmaram, esta semana, ter disponibilidade para
«assegurar serviços de saúde em locais onde têm vindo a encerrar».
Apesar da propaganda governamental, a realidade mostra a diminuição de resposta do Serviço Nacional de
Saúde, que se traduz em menos consultas presenciais e em menos atendimentos urgentes nos cuidados de
saúde primários, de acordo com os dados oficiais.
É por isso que é cada vez mais urgente romper com esta política, derrotar este Governo. É preciso uma
política alternativa, uma política que tenha como pilares centrais os valores de Abril.
Para permitir que os portugueses tenham acesso a um Serviço Nacional de Saúde de qualidade, o PCP
apresenta várias propostas, algumas das quais sobre a revogação das taxas moderadoras, a atribuição de
transportes não urgentes, o reforço dos cuidados de saúde primários e a suspensão do processo de
reorganização hospitalar.
Aplausos do PCP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do PSD.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Leite Ramos.