20 DE DEZEMBRO DE 2013
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de portugueses desempregados sem qualquer apoio social do Estado, nos dois últimos anos emigraram mais
de 220 000 portugueses, dos quais 95 000 são jovens.
O Partido Socialista e o Secretário-Geral do Partido Socialista têm promovido encontros com instituições
para, juntos, combatermos as desigualdades e a exclusão social.
Os relatos da realidade, Sr. Ministro, são comuns e são dramáticos, atestam, aliás, uma taxa de risco de
pobreza que, com o seu Governo, tem aumentado brutalmente, sendo que cerca de 2 665 000 portugueses se
encontram em situação de pobreza, quase 1 milhão de portugueses está em situação de pobreza extrema e
as prestações sociais que VV. Ex.as
tanto têm combatido representavam, em 2012, a diminuição do risco de
pobreza de 45,4%, antes das prestações sociais, para 17,9%, depois das prestações sociais. Tudo isto devido
à política de superausteridade. Duplicaram a dose de austeridade, duplicaram os cortes nas funções sociais
do Estado, duplicaram, designadamente, os cortes nas prestações sociais do Estado, nas pensões, nos
salários, aumentaram, ainda hoje, a idade de reforma, em Conselho de Ministros, à revelia da concertação
social, fizeram cortes brutais no rendimento social de inserção e no complemento solidário para idosos. E devo
dizer-lhe, Sr. Ministro, aliás, chamá-lo um pouco à realidade, que, ainda hoje, em reunião da DECO com o
Secretário-Geral do Partido Socialista, nos confirmaram que, por dia, 30 famílias, em Portugal, são declaradas
falidas/insolventes. A resposta que o seu Governo tem dado a esta situação — isto mesmo foi dito numa
reunião de trabalho que tivemos —, tem sido, por exemplo, a criação da Rede de Apoio ao Consumidor
Endividado (RACE), que teve uma transferência do Estado de 300 000 € e, desde há um ano, ainda nem
sequer produziu um relatório nem conhecemos qualquer tipo de trabalho que tenha sido feito por esta via,
apenas propaganda.
Mas, Sr. Ministro, espantoso é que, numa interpelação ao Governo, do PCP,…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — … sobre funções sociais do Estado, o Governo, sobre isto, nada tenha dito. Aliás,
esta é mais uma peça da guerrilha, da sabotagem, do combate desleal que este Governo faz às funções
sociais do Estado, designadamente às mais elementares, contidas e consagradas na Constituição da
República Portuguesa.
Termino, Sr.ª Presidente, dizendo que aquilo a que hoje aqui assistimos não foi surreal, não foi
despropositado, foi mais um ato de sabotagem, de guerrilha,…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Sá (PS): — … bem elucidativo da forma como o Governo não quer fazer o debate das funções
sociais do Estado, porque, verdadeiramente, está interessado em dizimá-las, mesmo contra a Constituição da
República Portuguesa.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta é do CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Artur Rêgo.
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Srs. Membros do Governo, Srs. Deputados, parece-me
surreal e despropositada a intervenção que acabei de ouvir, da parte do Sr. Deputado Nuno Sá, e tudo aquilo
que saiu da sua boca.
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Isso é que é surreal e despropositado!
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Um disparate total!