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I SÉRIE — NÚMERO 33

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Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.a Deputada

Cecília Honório.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Magalhães, tenho gosto em revê-lo,

acompanhando os votos que aqui deixou na responsabilidade de cada Deputado e de cada Deputada, neste

ano tão duro.

Começo por acompanhar esse seu apelo ao fim da hipocrisia, da fumaça toxica. Mas podemos deixar-nos

de eufemismos. Trata-se realmente de um conjunto hábil de floreados com que a maioria vai compondo as

suas grotescas mentiras.

É mentira esta quebra sucessiva dos dados do desemprego — só eles é que podem falar disto. Eles não

veem e não querem ver os números reais da imigração e de todos os desempregados que acorrem cada mês

aos centros de emprego.

É mentira que não haja mais um novo imposto sobre os reformados e pensionistas! É um novo imposto que

a maioria lhes impõe, e vêm agora falar de calibrar reformas e pensões, como se estivessem a falar de pneus,

como se falar do País fosse o mesmo que falar de pneus! Porventura, poderemos dizer-lhes: «Bom, os

senhores já não estão mesmo a calibrar nada bem».

Neste apelo a que falemos da verdade, da verdade da vida das pessoas, dos trabalhadores, dos

pensionistas, dos reformados, dos desempregados — falar verdade, Sr. Deputado, é o apelo que aqui deixou

—, eu também devolvo esse apelo, se me permite, ao Partido Socialista.

Este é o ano de um grande desafio, das eleições europeias, de um debate profundíssimo para o nosso

País e para esta Europa. Nesse sentido, quero questioná-lo sobre qual o entendimento do PS relativamente

aos compromissos de fundo da austeridade.

Sobre o Tratado Orçamental, Sr. Deputado, este rumo foi definido em inúmeras instâncias, mas foi

aprovado aqui também no Parlamento, com a responsabilidade do Partido Socialista. O Sr. Deputado bem

sabe que o Tratado Orçamental condiciona tudo: condiciona as políticas públicas e é a garantia da

austeridade. O Tratado Orçamental é a garantia da continuidade da ferocidade desta austeridade.

Qual é, então, Sr. Deputado, para falarmos da Europa e para falarmos de futuro, a posição do PS

relativamente ao Tratado Orçamental, uma vez que está na hora de nos entendermos?

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr.a Deputada.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Não há austeridade light, Sr. Deputado, há esta. Portanto, definam-se e

falem verdade!

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado José Magalhães.

O Sr. José Magalhães (PS): — Sr. Presidente, Sr.a Deputada Cecília Honório, muito obrigado pelo seu

pedido de esclarecimento.

Há, de facto, uma necessidade de clarificar exatamente qual é o objeto dos debates. Por exemplo, a

escolha da expressão — referiu a recalibração da contribuição extraordinária de solidariedade — é outra

daquelas coisas da nova língua especial incompreensível que achamos absolutamente inaceitáveis e

repugnantes.

Calibrar os reformados?!… Calibram-se objetos cilíndricos de diâmetro determinado e, depois, recalibram-

se para os estreitar. Estamos a falar de pessoas, pelo que não faz sentido.

Em relação à política europeia, estamos de acordo que as eleições europeias têm de ser uma oportunidade

fundamental para discutirmos abertamente que Europa é que queremos.