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I SÉRIE — NÚMERO 37

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vantagens? Dirá o Governo, logo de imediato, que a celebração dos acordos implica a redução em, pelo

menos, 25% — sublinho 25%! — relativamente à prestação de serviços pelo setor público.

O que é que isto significa exatamente? Menos trabalhadores, Sr. Secretário de Estado, ou seja,

despedimentos? Menor qualidade dos serviços? Redução de horários? Menos acesso? O que é que significa

um corte de 25% nestes serviços? Tem de significar alguma coisa!

Até lhe adianto outra coisa que vai significar, Sr. Secretário de Estado: é que vai passar a acontecer nestes

hospitais o que já hoje acontece nos hospitais privados, que discriminam os doentes do Serviço Nacional de

Saúde e da ADSE, porque esses são preteridos no acesso aos cuidados de saúde em função daqueles que

têm dinheiro para o pronto pagamento ou que têm um seguro de saúde. É isto que vai acontecer nestes

hospitais, em muitos deles, Sr. Secretário de Estado — sabe-o tão bem ou melhor do que eu —, em hospitais

de proximidade, hospitais que resolvem problemas às populações mais idosas, a populações que estão

afastadas dos grandes centros.

Sr. Secretário de Estado, é imperdoável — imperdoável! — esta medida do seu Governo de criar estas

PPP e de espalhá-las um pouco por todo o País. Esta medida significa retrocesso e significa menos serviço

público. Mas significa também pior serviço de saúde. Isso terá, com certeza, Sr. Secretário de Estado, a

oposição das populações, dos trabalhadores e desta bancada, assim como de outras.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla

Rodrigues.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — E o Sr. Secretário de Estado não fala?!

A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as

e Srs. Deputados: De há

duas semanas a esta parte, o PCP inaugurou uma nova fase no combate político ao Governo, elegendo como

tema principal a saúde.

São requerimentos para audições das mais diversas entidades, são requerimentos para chamar o Governo

à Comissão Parlamentar, são declarações políticas, como ontem aconteceu, são apreciações parlamentares,

como hoje aqui acontece.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — É proibido?!

A Sr.ª Carla Rodrigues (PSD): — Enfim, é uma estratégia partidária, legítima, de combate político, que,

como a Sr.ª Deputada do PCP proferiu ontem, na sua declaração política, visa unicamente «a demissão do

Governo, a derrota da política de direita e a eleição de um governo patriótico e de esquerda»!

Protestos do PCP e do BE.

É esta a minuta habitual, que serve de enquadramento a qualquer intervenção vinda desse partido.

Mas nós estamos perfeitamente à vontade com a eleição deste tema da saúde, porque, efetivamente, a

política da saúde que tem sido realizada por este Governo tem tido excelentes resultados.

Apenas a título de exemplo, permitam-me que refira o excelente resultado no combate à fraude e o

excelente resultado, por exemplo, na redução do preço dos medicamentos.

Esta política da saúde tem sido feita de forma séria e com respeito pelos profissionais, pelas instituições e

pelos portugueses, isto é, pelos utentes do Serviço Nacional de Saúde.

Aliás, não temos nada a esconder. A prova disso é que viabilizámos ontem a vinda do Sr. Ministro à

Comissão para prestar todos os esclarecimentos e para, de uma vez por todas, acabar com o alarmismo e as

inverdades que o PCP tem vindo a espalhar na sociedade portuguesa.

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — A sociedade é que nos está a dar conta do que se está a passar!