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18 DE JANEIRO DE 2014

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que afetam, justamente, muitos dos que são desprotegidos, porque, evidentemente, o preço do medicamento

não tem o mesmo impacto para que tem muito dinheiro e é rico ou para quem tem menos recursos e se

apresenta numa condição de vulnerabilidade.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Ora, nós tivemos, em Portugal, a maior descida de que há memória no preço

dos medicamentos. Aqui está uma boa estatística para o Sr. Deputado poder citar.

Termino, Sr. Presidente e Sr. Deputado, dizendo o seguinte: o Governo não se manterá alheado desta

restrição, porque ela é real. Mas sabemos uma coisa: se queremos diminuir esta restrição, teremos de

aumentar a capacidade do País para crescer e para acumular riqueza. Essa é a única maneira de gerar

emprego sustentável e de vencer a crise, Sr. Deputado.

O que estamos a fazer é, justamente, a efetivar um programa económico que nos permita sair desta crise e

a gerar oportunidade de emprego sustentável para os portugueses, garantir que possa existir um maior

rendimento para distribuir e, sim, Sr. Deputado, a procurar os mecanismos públicos para corrigir a distribuição

de riqueza em Portugal. Digo, sem nenhum orgulho, que Portugal, antes de eu ser Primeiro-Ministro, já era um

dos países que tinha uma distribuição mais desigual do rendimento, e esse facto não melhorou com a crise

económica, mas vai melhorar à medida que vencermos a crise. Pode estar certo disso, Sr. Deputado.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, lembro que, logo após o debate, haverá votações

regimentais.

Tem a palavra, para formular perguntas, a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, hoje, em boa parte da sua

intervenção, bem como da intervenção das bancadas da maioria, esteve presente o sucesso nos mercados.

Gostaria de o questionar sobre esse sucesso de mercados. E porque nestas histórias há sempre quem ganhe

e quem perca, vamos, então, a um caso concreto.

Queria falar-lhe da privatização dos CTT. O Bloco de Esquerda sempre considerou que a privatização dos

CTT é um erro, porque é um serviço público essencial e porque é uma empresa lucrativa e estratégica. Mas,

enfim…

Também dissemos sempre que a venda estava a ser feita a preço de saldo, e, hoje, é descarado que a

venda foi feita a preço de saldo.

Sr. Primeiro- Ministro, como é que explica que 30 dias depois da privatização dos CTT, os mesmos bancos

que assessoraram o Governo e que definiram o valor dos CTT para a venda em Bolsa tenham agora

descoberto que afinal os CTT valem 30% mais? Como é que as ações que valiam 5, 30 dias depois valem 7?

Como é que aquilo que o Estado vendeu a 5, agora vale 7? Como é que o Primeiro-Ministro deixou que a

empresa fosse vendida por menos 200 milhões de euros e o que diz agora aos pensionistas, a quem quer

cortar 200 milhões de euros nas pensões?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, a privatização dos CTT pode

ser um erro para a Sr.ª Deputada, mas não é um erro para nós, e o resultado da venda não foi uma venda a

preço de saldo, foi uma venda a um bom preço.

Protestos do BE.