I SÉRIE — NÚMERO 38
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nenhum benefício à vida das pessoas! Se os resultados não fossem alcançados, não era uma questão de
chegarem tarde, mas nunca chegariam à vida das pessoas!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Ou o que chegaria seria, porventura, o que a oposição desejava: que tivéssemos um outro Programa, um
outro resgate, com mais austeridade e com mais dificuldade!
Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, volto ao princípio: faltam quatro meses para terminarmos o nosso Programa.
É verdade que devemos lutar para sairmos do Programa, termos uma reentrada plena nos mercados e termos
a menor condicionalidade possível nesse processo. Há quem defenda que Portugal deve ter uma saída do
Programa à irlandesa, uma saída limpa, ou limpinha.
Protestos da Deputada do Os Verdes Heloísa Apolónia.
Só que alguns dos que preconizam isso, Sr. Primeiro-Ministro, são os mesmos que estão contra qualquer
diminuição estrutural da despesa pública, que estão contra qualquer reforma estrutural que possa dar ao
Estado um funcionamento mais eficiente e são aqueles que remetem para o Tribunal Constitucional o
instrumento de execução financeira, que é o Orçamento do Estado, com isso criando, naturalmente, a
dificuldade, ou visando atingir a dificuldade de cumprirmos as nossas obrigações, para podermos ter uma
saída limpa ou uma saída à irlandesa, como lhe chamam.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Primeiro-Ministro, essa contradição não está do lado do Governo,
está do lado da oposição.
De resto, não é a única, porque também são os mesmos que, relativamente à política nacional, entendem
que o Sr. Presidente da República deveria ter enviado, para fiscalização preventiva, o Orçamento para o
Tribunal Constitucional — achavam que esse era o procedimento que o Presidente da República deveria ter
adotado.
Mas, por exemplo, nos Açores, onde o representante da República enviou o Orçamento regional para
fiscalização preventiva, a reação foi aqui-d'el-rei» pois isso era uma coisa inaudita e incompreensível!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Tem de terminar, Sr. Deputado,
O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente, termino dizendo que a esses mesmos — àqueles que
estão hoje do lado da oposição, ao Partido Socialista em particular — pedia-se-lhes mais realismo, mais
coerência e menos demagogia. Não obstante, o País julgará as posições e as políticas de cada um e, no final,
creio que ficará claro, tal como aconteceu em França, que a estratégia deste Governo é a correta!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Montenegro, fez referência a um conjunto de
dados positivos que têm sido divulgados por instâncias oficiais e que mostram que Portugal tem boas razões
para acreditar que será capaz de encerrar o seu Programa de Assistência Económica e Financeira sem
necessitar de outro programa de assistência económica e financeira.
Isso é muito importante, porque, na altura em que o anterior Governo português pediu ajuda externa, essa
ajuda foi concedida a Portugal com metas definidas e com um prazo: ou Portugal, dentro desse prazo, e com