18 DE JANEIRO DE 2014
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O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Faça favor de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro–Ministro: — Concluirei, Sr. Presidente.
Procuraremos fazê-lo de modo a garantir que exista uma visão o mais alargada e consensual possível
quanto a esses objetivos, nomeadamente procurando que o próprio Partido Socialista, como maior partido da
oposição, possa pronunciar-se sobre isso de uma forma determinada. Estamos convencidos de que, caso isso
aconteça, quaisquer que venham a ser as condições objetivas do mercado na altura em que o nosso
Programa terminar, Portugal estará em melhores condições de preparar a sua saída para mercado, com maior
ou menor apoio dos seus parceiros europeus.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado António
José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, há pouco disse que tudo estava
bem em relação à saúde em Portugal. No entanto, gostava de o confrontar com sucessivas declarações de
profissionais da área da saúde, que dizem que nem tudo está bem e que, pelo contrário, há situações de
rutura.
Também gostava de lhe dizer que esta manhã, entre as 9 horas e as 9 horas e 30 minutos, em Vila Nova
de Gaia, havia portugueses com 3 horas e 15 minutos de espera e com 3 horas e 30 minutos nas urgências;
que no Hospital de S. João havia portugueses com 2 horas e 39 minutos de espera, com 3 horas e 30 minutos
de espera e com 5 horas e 20 minutos de espera.
Protestos do PSD.
O Sr. Presidente (Guilherme Silva): — Srs. Deputados, agradecia que fizessem silêncio para podermos
ouvir o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Eu sei que incomoda, mas vão ouvir.
No Hospital Garcia de Orta, esta manhã, havia cidadãos que estavam há 13 horas à espera, há 20 horas à
espera e há 5 horas à espera.
A pergunta que lhe coloco é simples: o Primeiro-Ministro de Portugal considera que isto é normal no nosso
País?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Guilherme e Silva): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro–Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, o Sr. Deputado não me
ouviu dizer que estava tudo bem na saúde. Essa é uma técnica que gosta de utilizar, mas peço-lhe que seja
mais cuidadoso nas intenções que me atribui.
Sr. Deputado, não disse que estava tudo bem na saúde, disse que o estado de subdesenvolvimento
descrito pela Sr.a Deputada Heloísa Apolónia não se afigura realista em Portugal.
A Sr.a Heloísa Apolónia (Os Verdes): — 20 horas à espera!?
O Sr. Primeiro–Ministro: — E disse mais: que em Portugal tem havido um incremento da resposta pública,
nomeadamente ao nível dos serviços.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso é falso!