1 DE FEVEREIRO DE 2014
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segurança social tem com os contribuintes. O Sr. Deputado tem formas de poder obter essa informação, mas
já que a solicitou aqui não ela deixará de ser prestada através do Ministério das Finanças.
No entanto, a questão que sobra é esta: concorda ou não que o Estado possa lançar mão de processos
extraordinários de regularização dessas dívidas, quando elas persistem ao fim de muitos anos? Esse é que é
o aspeto que é importante saber, e saber a sua opinião em particular. O Sr. Deputado concorda, ou não, que
este processo era necessário e útil, na medida em que permitiu ao Estado encontrar a receita que lhe era
devida sem com isso ter de onerar os cidadãos cumpridores, com o aumento da carga fiscal? Era isso que
gostava de ouvir da sua parte.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.a Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — Sr.a Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, compreendo que não saiba os
números de cor para os dar neste debate. Mas se recorro ao Primeiro-Ministro, neste debate, é porque o
Grupo Parlamentar do PS, na semana passada, já questionou a Ministra das Finanças e o Secretário de
Estado para recolher essas informações e esses dados. Sabe qual foi a resposta? Zero! Não nos disseram
absolutamente nada.
Aplausos do PS.
Vozes do PS: — Foi zero! Estão a fugir!
O Sr. António José Seguro (PS): — Portanto, o que lhe digo é muito simples: o Primeiro-Ministro que diga
à sua Ministra das Finanças para dizer ao País, com clareza, quais são esses montantes. O Parlamento e o
País têm o direito de saber. É isso que lhe exijo neste debate.
Segunda questão: em relação à ADSE, o Primeiro-Ministro veio agora dizer que o dinheiro que sobrar
ficará no Ministério das Finanças.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Não disse isso!
O Sr. António José Seguro (PS): — Como sabe, há contribuições dos trabalhadores e há contribuições do
Estado. Se aumenta as contribuições dos trabalhadores de tal maneira, o senhor pode conseguir poupanças
no Estado, mas, assim, está a fazê-lo à custa dos trabalhadores, retirando-lhes mais rendimento. Esse é que é
o ponto!
Aplausos do PS.
Se há excedente, como nós consideramos que há e como diz a UTAO, a questão é muito simples: porque
é que o senhor aumentou, e aumentou no seu plano b? Este aumento faz parte daquela medida que o senhor
quis compensar com o chumbo do Tribunal Constitucional em relação ao corte retroativo nas pensões.
Sr. Primeiro-Ministro, é muito simples: reduzir a despesa à custa do rendimento e do salário dos
trabalhadores não está certo. Não está certo e não tem a nossa concordância!
Aplausos do PS.
Mas há outro ponto que quero referir. O Primeiro-Ministro pergunta-me: «Sr. Deputado, concorda ou não
com esta receita extraordinária?». O Sr. Primeiro-Ministro sabe a resposta há pelo menos dois anos e dois
meses. Lembra-se? Foi em novembro de 2011, quando lhe propus, em nome do Partido Socialista, a
renegociação do Memorando para que pudéssemos ter mais tempo para o ajustamento e o equilíbrio das
contas públicas. Na altura, eu dizia-lhe: «é necessário recorrer a medidas extraordinárias». E o que é que o