I SÉRIE — NÚMERO 45
14
Sr. Deputado, comemoramos este ano 40 anos do 25 de Abril. O Sr. Deputado pergunta onde está a
liberdade. Eu pergunto: em 2011, onde estava a nossa liberdade financeira, a liberdade quando não havia
dinheiro para pagar a quem depende de nós, a quem depende deste Estado? É isso que estamos a tentar
conquistar paulatinamente, essa mesma liberdade financeira que tem de fazer mexer um país.
Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, com sinceridade, veja que o esforço que tem sido feito é tremendo, não
só por este Governo mas, sobretudo, pelas pessoas que ajudam o País a passar esta verdadeira tempestade
que aconteceu nos últimos três anos.
O Sr. Deputado Jorge Machado diz que falo de um país que não existe. Sr. Deputado, acho que também
seria bom que visse os dados financeiros que têm saído ultimamente, porque esse país que diz que não existe
é o país com que o Governo sabe lidar todos os dias; é o país com que este Governo tem de lidar todos os
dias; é o país para o qual este Governo tem de saber cumprir as suas verdadeiras metas orçamentais.
Como se viu em 2013, este Governo tem sabido cumprir em relação à questão do défice: tínhamos previsto
um défice de cerca de 9 mil milhões de euros e estaremos na casa dos 7 mil milhões de euros. Por isso, temos
menos dívida, Sr. Deputado! São dados objetivos! E estamos cá para trabalhar, com o PCP, com o Bloco de
Esquerda, com quem quiser partilhar das nossas preocupações e das nossas propostas.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para formular pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Hélder
Amaral.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Nuno Encarnação, queria agradecer-lhe
a intervenção que acabou de proferir, porque me parece que não será demais nós fazermos, sempre que for
possível, com a necessária ponderação, com a necessária serenidade, um elogio ao esforço que os
portugueses — as empresas, os trabalhadores — têm feito desde 2011, quando um ex-ministro do Partido
Socialista dizia que não tínhamos dinheiro para pagar ordenados e para pagar pensões, quando o País tinha a
sua credibilidade externa pelas ruas da amargura e quando estava numa angústia difícil, sem nenhuma
expectativa. O caminho trilhado até hoje tem dado provas positivas. E não é a maioria que o diz, é um conjunto
de instituições internacionais — agências de rating, Eurostat, Instituto Nacional de Estatística, Banco de
Portugal, OCDE —, ou seja, todos aqueles que, no passado, nos avaliavam negativamente e que faziam o
contentamento (que nunca percebi) do bloco à esquerda do PS e do próprio Partido Socialista.
Aliás, lembro-me bem, quando começou o primeiro sinal da descida do desemprego, de João Proença,
então na pele de coordenador ou de dirigente do Partido Socialista, dizer «são apenas dados conjunturais, não
querem dizer nada, todos sabemos que, no verão, o desemprego até reduz». A verdade é que passou o verão,
já quase passou o inverno e continuamos, com consistência, na redução do número de desempregados, …
O Sr. João Oliveira (PCP): — Qual consistência?! Consistência só se for no descaramento!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — … continuamos com mais população ativa e, ainda assim, com mais
criação líquida de postos de trabalho.
Quando dirigentes do Partido Socialista diziam que este é um contentamento descontente ou que é sol de
pouca dura, eis que os resultados são cada vez mais evidentes. Desde logo no turismo, em que, quer a
dormida de residentes, quer de não residentes tem aumentado; desde logo no setor automóvel, um setor muito
afetado com a crise, mas que teve um aumento de 5% nas exportações — dizem as empresas de
componentes automóveis que, em 2013, tiveram o melhor ano em termos de negócios e de produção de
riqueza, como o dizem os indicadores de confiança, quer industrial, quer económica.
O Sr. Pedro Nuno Santos (PS): — Pior, pior!
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — É claro que, enquanto digo isto, vejo Deputados do Bloco de Esquerda,
do Partido Comunista Português e, nomeadamente, do Partido Socialista a fazerem figas para que nada disto
seja verdade e que tudo corra mal. Mas isso, evidentemente, passa-se com quem procura um novo rumo, mas