8 DE FEVEREIRO DE 2014
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O Sr. Ministro informou que pretende responder em conjunto de dois Deputados.
Sendo assim, dou a palavra ao Sr. Deputado Pedro Morais Soares.
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Ministro, o CDS regista a intenção do
Governo, e congratula por isso, em reforçar a qualidade do serviço público da RTP, revitalizando o seu
importante papel como fator de coesão nacional.
Como foi referenciado, é fundamental adequar os recursos e fontes de financiamento disponíveis à missão
de serviço público.
É, de facto, um desafio, face às restrições e contenção orçamental, reposicionar a RTP, sem prejuízo da
sua missão e obrigações de serviço público de televisão.
O desafio passa por fazer mais e conseguir prestar um serviço público de qualidade com menos recursos
disponíveis — é uma realidade!
Sr. Ministro, queria destacar este novo modelo de governo societário proposto pelo Governo, que assenta
na criação de um órgão social, o conselho geral independente, que pretende que seja um órgão, como o Sr.
Ministro bem referenciou, de supervisão e de fiscalização interna e que será o garante do cumprimento das
obrigações de serviço público de rádio e televisão, previstas no contrato de concessão.
Pretende-se, acima de tudo, que seja um órgão verdadeiramente independente e evitar, assim, a sua
governamentalização, procurando esvaziar a questão política da RTP e racionalizar o debate em seu redor,
reforçar a capacidade de gestão do conselho de administração e a sua autoridade interna, bem como reforçar
a responsabilização e supervisão sobre o conselho de administração, que hoje não é eficazmente exercida.
Assim, fica garantida a sua independência perante o Governo, a administração e demais poderes públicos.
Sr. Ministro, pretendia colocar-lhe duas ou três questões.
Em primeiro lugar, o que pensa o Sr. Ministro da articulação e como será feita a monitorização do trabalho
do conselho geral independente pelo Parlamento a nível de prestação periódica de contas e a nível de
audições e como está prevista a rotatividade no conselho geral independente, de modo a garantir a sua
desejada renovação.
Outra questão que poderia colocar diz respeito ao Centro de Produção do Norte. Para o CDS é muito
importante a manutenção do Centro de Produção do Norte, e sabemos que o Sr. Ministro também partilha da
mesma opinião.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Nota-se!
O Sr. Pedro Morais Soares (CDS-PP): — Diga-nos, Sr. Ministro, neste momento importante e solene no
qual se discute o serviço público de televisão, quais são os planos para o Centro de Produção do Norte e de
que forma o Governo irá garantir a sua sustentabilidade financeira, garantindo também, assim, a coesão
territorial.
Para finalizar, tem-se falado muito na externalização de conteúdos da RTP, o que tem causado alguma
apreensão em alguns setores. Se o Sr. Ministro pudesse esclarecer de que modo e em que molde está
prevista essa mesma externalização, achamos que seria um contributo muito importante para a estabilização
do clima perante os trabalhadores e com este meio, em específico.
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Cruz.
A Sr.ª Carla Cruz (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados, Srs. Membros do Governo, nas três iniciativas
legislativas que hoje estamos a discutir está bem patente a obsessão doentia que o Governo tem contra os
serviços públicos e contra a gestão da coisa pública.
Na proposta de lei n.º 194/XII (3.ª), o Governo afirma que, com esta alteração, o que se pretende é, e
passo a citar, «harmonizar em matéria de prazos de vigência», uma vez que a rádio e a televisão passam, e
volto a citar, «pautar-se por um único contrato».