15 DE FEVEREIRO DE 2014
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O Sr. António José Seguro (PS): — Portanto, isso significa que o único facto novo que existiu foi que os
portugueses, designadamente os reformados, os pensionistas e os funcionários públicos voltaram a ter um
«bocadinho» mais de rendimento, não por sua opção, porque o senhor queria tirar-lhes mais,…
Protestos do PSD e do CDS-PP.
… mas por decisão do Tribunal Constitucional. E estes são factos muito claros que o senhor tem que
reconhecer.
Terceiro facto: o Primeiro-Ministro não pode dizer que eu estou zangado. Eu estou é indignado,…
Aplausos do PS.
… porque o Primeiro-Ministro passa a vida a enganar os portugueses.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Enganou-os em 2011, para tentar colher os seus votos e quando chegou ao Governo fez uma coisa
completamente diferente. Os membros do seu Governo falam em milagre económico e os partidos da maioria
falam em esplendor e que a crise está a acabar.
A Sr.ª Elza Pais (PS): — É o país das maravilhas!
O Sr. António José Seguro (PS): — É um país das maravilhas, quando os portugueses estão a sofrer e
quando o senhor corta mais nas pensões, inclusivamente, como agora foi anunciado, em pensões de
sobrevivência já atribuídas.
Mas vamos a outro dado: ao emprego.
Ouvimos várias vezes os membros do Governo e da maioria dizer que há uma queda do desemprego.
Gostava de fazer uma pergunta ao Primeiro-Ministro: quantos empregos, em 2013, é que o Estado criou?
O Sr. Duarte Filipe Marques (PSD): — O Estado não cria empregos! Esse é que é o problema!
O Sr. António José Seguro (PS): — Quantos empregos houve a mais na Administração Pública, no ano
de 2013?
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado António José Seguro, dos dois factos que
enunciou, um é realmente um facto verdadeiro, mas o outro não é.
O Sr. Deputado diz que eu reconheci que nós tínhamos tido recessão em 2013. Ó Sr. Deputado, mal seria
se eu não o reconhecesse! Eu conheço a realidade e nunca me ouviu dizer, com certeza, que Portugal não
tinha recessão em 2013, ou ouviu?! Não deve ter ouvido, seguramente, porque não seria deste mundo! Claro
que tivemos recessão, menos do que chegou a ser estimado e mais 0,4% do que aquilo que estava previsto
no Orçamento. Eu disse-o aqui, Sr. Deputado. Mas não chega. Precisamos de ter um crescimento maior em
2014 e estamos a trabalhar para tal.
O segundo facto não é um facto. O Sr. Deputado diz que não se deve às exportações. Ai não, Sr.
Deputado? Ai não?! Então, tire as exportações e depois diga-me, se fizer favor, qual era o resultado da
economia em 2013, está bem? Depois, conversamos.