I SÉRIE — NÚMERO 50
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Por isso, Sr. Primeiro-Ministro, queria salientar três factos: o crescimento das exportações, uma subida de
4,5% sobre o crescimento mas, sobretudo, a diversificação dos mercados, o aumento de quotas em
economias emergentes que não tínhamos anteriormente. Tudo isto, com certeza, mérito das empresas, dos
trabalhadores e também da diplomacia económica e do AICEP, que têm feito o seu papel.
De resto, este crescimento permite-nos ter o melhor registo, ao nível da balança comercial, desde 1977.
E a oposição desvaloriza tudo isto, Sr. Primeiro-Ministro, com a refinaria de Sines. Desde logo,
desvalorizando os postos de trabalho que são criados e mantidos, direta e indiretamente, em Sines.
Srs. Deputados, eu, como Deputado eleito pelo círculo eleitoral de Setúbal, fico muito satisfeito que a
refinaria de Sines tenha sucesso e que se mantenham os postos de trabalho.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Devia estudar melhor a situação em Sines!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Primeiro-Ministro, acontece que nem sequer é verdade o que a
oposição refere. É que as exportações aumentaram e, com isso, foram também criados postos de trabalho no
calçado, no têxtil, nos produtos alimentares, nos plásticos, nas peles e nos couros. Talvez por isso os Srs.
Deputados percebam por que é que houve um crescimento da produção industrial, em termos homólogos, em
dezembro, de 7,2%. Não é propaganda, Srs. Deputados, são factos. Lamento também ter de vos dizer isso.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Isso já é comédia!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por isso, quero também destacar — e é o segundo aspeto que quero
realçar — o anúncio feito pelo Governo de uma linha PME Crescimento 2014, no valor de 500 milhões de
euros, para dinamizar a economia e as exportações, o que me parece importante.
A oposição, com certeza, vai dizer «não chega!» ou «vem tarde!». Sr. Primeiro-Ministro, a oposição ainda
não percebeu que, para ter crédito, é preciso ter confiança, para ter confiança, é preciso honrar compromissos
e, para honrar compromissos, exige-se tomar medidas, medidas estruturantes, muitas delas difíceis, que são
justamente aquelas a que a oposição constantemente se opõe, constantemente rejeita e contra as quais
constantemente vota. Importa também salientar isto.
Por fim, no turismo, Sr. Primeiro-Ministro, é bom salientar que tivemos o melhor ano dos melhores anos de
sempre: mais 590 000 hóspedes, mais 2,1 milhões de dormidas, mais 101 milhões de euros de proventos.
Mas já sabemos o que a oposição vai dizer: é a Primavera Árabe, são os conflitos no Mediterrâneo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — E os salários em atraso? Explique lá isso!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Como se não tivéssemos competitividade neste mercado, como se
Portugal não tivesse crescido mais e melhor do que a Espanha, a Croácia ou a Grécia, com quem
concorremos! Como se no Egito, de repente, houvesse placas a dizer «Vão para Portugal!»!
E, por falar em campanha e em propaganda, Sr. Primeiro-Ministro, conseguimos isto, sem dar o nome de
«Allgarve» ao Algarve. Não foi preciso o Allgarve, bastou o talento e o mérito dos trabalhadores e dos
empresários portugueses e uma estratégia direcionada e definida para promover o nosso turismo.
É, de facto, isto, Sr. Primeiro-Ministro, que, a nosso ver, nos parece importante salientar, na consciência
das dificuldades.
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.
Mais uma vez, digo, Sr. Primeiro-Ministro: agora, é preciso dar consistência a estes sinais, a estes dados, a
estes factos, que devemos encarar com humildade mas também com convicção a três meses e duas
avaliações do fim do Programa de Assistência Económica e Financeira.
Para isso, é preciso consensos, consensos para o pós-troica: consensos nas infraestruturas prioritárias,
consensos no modo, na forma e no local de redução da despesa, consensos em matéria fiscal — depois do
IRC, no IRS.