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15 DE FEVEREIRO DE 2014

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Por isso, Sr. Primeiro-Ministro e Srs. Deputados, este crescimento, em três trimestres consecutivos e, no

quarto trimestre, pela primeira vez, em termos homólogos, não é sazonalidade, é constância, não é

propaganda, são factos, não é uma conspiração internacional do Eurogrupo, do Banco de Portugal, do

Eurostat ou da OCDE.

O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — É milagre?!…

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não é milagre! É crescimento económico. Mas não é espiral

recessiva nem o fim de uma política de que o senhor e o Secretário-Geral do seu partido falavam aqui, há

quatro ou cinco meses, Sr. Deputado.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

Com dificuldades? Com certeza, Sr. Primeiro-Ministro! Devemos encarar estes números com humildade,

com prudência, com realismo, com a noção de que é preciso dar-lhes consistência e sustentabilidade, mas

manda o rigor dizer que realmente houve crescimento económico e criação de emprego líquido.

O Sr. Deputado António José Seguro tentou provar o improvável. Mas há aqui uma evolução, Sr. Primeiro-

Ministro. Anteriormente, para o Partido Socialista, quando descia o desemprego, havia uma única explicação:

a emigração. Agora, já temos uma nova explicação e já não é só a emigração mas também a criação de

emprego público.

Pois bem, vamos, então, discutir o que terá acontecido com a criação dos 120 000 postos de trabalho,

durante os segundo, terceiro e quarto trimestres do ano de 2013.

Sr. Primeiro-Ministro, na Administração Pública, defesa e segurança social obrigatória, 19 000 postos de

trabalho. Três áreas superiores, em termos de números brutos de criação líquida de emprego na

Administração Pública. No comércio por grosso e retalho, 49 000 postos de trabalho. No alojamento,

restauração e similares, 26 000 postos de trabalho. Nas atividades de informação e comunicação, 20 000

postos de trabalho.

O Sr. João Oliveira (PCP): — E a indústria? E a agricultura? Diga lá!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Lamento, Srs. Deputados, não é propaganda, são factos. Lamento

que estejam zangados, maçados com o País, com as empresas, com os empresários, com os trabalhadores,

com o facto de os portugueses, com o seu esforço, com o seu talento e com o seu mérito, apesar das

dificuldades e com sacrifício, estarem a superar e a conseguir sair daquilo que os senhores lhes deixaram, em

2010.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Vendedores de banha da cobra!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Depois, Sr. Primeiro-Ministro, o Sr. Deputado António José Seguro

queixa-se aqui também de não ter sido consultado a propósito do mapa judiciário. Não sei se isso é verdade

ou mentira, mas sabemos que a opinião do Partido Socialista era a de que se deveria fechar 39 comarcas —

basta ler o Memorando de Entendimento que negociaram e assinaram e que, no ponto 7.3, falava em 39.

Quando o Governo decide que, afinal, não são 39 mas apenas 22, o que faz o Partido Socialista? Felicita o

Governo? Diz «ainda bem, foi possível reduzir menos do que aquilo que negociámos»? Não! Fica zangado e

diz que vai repor as que forem fechadas.

Já percebemos: o Partido Socialista, se alguma vez for governo, vai repor tudo. Vai repor a dívida, vai repor

o défice, vai repor a troica, vai repor a bancarrota! Já percebemos.

Aplausos do CDS-PP e do PSD.