I SÉRIE — NÚMERO 50
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O Sr. António José Seguro (PS): — O senhor é que não!
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Tem de fazer melhor as contas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Entre o segundo trimestre e o último trimestre de 2013 — nos três últimos
trimestres do ano, portanto —, a economia gerou, em termos líquidos, mais de 120 000 postos de trabalho.
Isto entre o segundo trimestre e o quarto trimestre. Isto significa que no final do ano, em termos líquidos, se
contarmos também com o primeiro trimestre, que destruiu muito o emprego, houve a criação de quase 30 000
postos de trabalho.
O Sr. António José Seguro (PS): — Isso não é verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portanto, ao contrário do que os senhores dizem, o emprego aumentou, Sr.
Deputado. Fica-lhe mal não reconhecer isto! O emprego aumentou!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Segundo aspeto: diz o Sr. Deputado «Bem, mas há com certeza jovens que
estão em programas ocupacionais e que não contam para estas estatísticas do desemprego e, portanto,
podem contar para a atividade».
O Sr. João Oliveira (PCP): — São 144 000, desaparecidos, sem rasto!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, é assim em Portugal, em Espanha, em França, no Reino Unido,
em todos os países da União Europeia. Em todos esses países há programas ocupacionais a desenvolverem-
se. Sabe porquê? Porque há jovens portugueses, espanhóis, franceses, que necessitam dessa oportunidade.
O que é que o Sr. Deputado propõe? Que esses programas ocupacionais não tenham lugar?!
Não entendo, Sr. Deputado. É muito difícil entender o Partido Socialista!
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — A próxima pergunta cabe ao CDS-PP.
Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, começaria, naturalmente, por
sublinhar números que interessam, sobretudo, aos portugueses.
Queria sublinhar que Portugal cresceu no quarto trimestre, fê-lo pelo terceiro trimestre consecutivo, pela
primeira vez cresceu, em termos homólogos, 1,6% e, para quem atribui tudo isto à decisão do Tribunal
Constitucional e ao aumento da procura, convém referir que se esquece de duas coisas: primeiro, que esse
crescimento aconteceu antes mesmo da decisão do Tribunal Constitucional.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Ou seria presciência das pessoas ou, então, é inexplicável.
Esquece-se, ainda, de outra coisa. Quando se fala muito em rigor, esquece-se de ler os relatórios, e eu vou
ler o relatório do INE, de hoje mesmo, que atribui este crescimento, em termos homólogos, de 1,6% — Sr.
Deputado António José Seguro, tome nota, vem logo na primeira página — ao «contributo positivo da procura
externa líquida que aumentou devido à aceleração das exportações de bens e serviços». É o que diz o
relatório do INE. Não vale a pena estar a esconder o óbvio.