I SÉRIE — NÚMERO 52
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Silva Pereira, o que ainda
estaria para vir!… Nós, que esperávamos já ter visto tudo, o que vimos hoje? O Partido Socialista, perante
uma afirmação incorreta do FMI,…
Risos do PS.
… os factos objetivos e o interesse nacional, esquece o interesse nacional, esquece os factos objetivos e
põe-se do lado de uma afirmação incorreta do FMI. O que ainda teríamos de ver!…
O Sr. Deputado falou em exportações. Muito bem, vamos às exportações, vamos a factos. Dados,
números, totais do Banco de Portugal divulgados hoje mesmo, basta ler: no que respeita a bens e serviços,
em 2013, as exportações cresceram 4,9% em bens e 7,7% em serviços, num total de 5,7%. Isto é um recorde,
Sr. Deputado! É uma proeza das empresas, dos empresários e dos trabalhadores, que esperávamos merecer
da parte do Partido Socialista uma palavra de estímulo e de alento.
O Sr. Deputado e o Partido Socialista dizem: são os combustíveis. São! São também os combustíveis.
Mas, Sr. Deputado, é crime criar postos de trabalho em Sines? É crime criar postos de trabalho, direta ou
indiretamente, para as populações de Sines, de Alcácer do Sal, do distrito de Setúbal? Não creio, Sr.
Deputado.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mas isso algum dia aconteceu?
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Mas, Sr. Deputado, já agora, dizia-lhe que estes combustíveis
representam apenas 11% do total das exportações portuguesas. Isso quer dizer o quê, Sr. Deputado? Quer
dizer que a alimentação e os produtos alimentares representam 8%, os plásticos 5%, a celulose 4,7%, o
calçado 4,8%, os têxteis 5,5%, a ótica 22%, as peles e couros 24%. Srs. Deputados, são portugueses, são
trabalhadores que estão a fazer o melhor para salvar Portugal da situação em que os senhores nos colocaram!
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
De resto, não deixa de ser extraordinário o seguinte: a Espanha exporta combustíveis, a Itália exporta
combustíveis, a Alemanha exporta combustíveis, a Dinamarca exporta combustíveis. Por que razão Portugal
não o deveria fazer?
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Por que razão o Sr. Deputado fica assim tão incomodado e parece
apoucar este tipo de esforço?
Mas, Sr. Deputado, há uma parte da sua declaração política em que notei ter esperança: quando o Sr.
Deputado se rebela, de alguma forma, contra aquilo que chamou de dicotomia entre os alegres e os zangados.
Ora, este Governo nunca disse que está alegre; nunca viu da parte do Governo nenhum tipo de euforia em
relação a esta matéria. Aliás, ouvimos o Sr. Primeiro-Ministro, no debate de sexta-feira passada, dizer, e bem
(permita-me a imodéstia) que ainda há muito para fazer e que ainda estamos descontentes com os números
do desemprego.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Ora bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Portanto, não sei quem são os alegres, mas nós sabemos quem é
que está zangado: é o Secretário-Geral do Partido Socialista, que, em todos os debates, apouca o esforço dos
portugueses.
O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — É verdade!