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I SÉRIE — NÚMERO 65

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O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Sei que vos custa ouvir isto e que, se calhar, ainda vai custar-vos mais

ouvir a parte final daquilo que tenho para dizer, mas di-lo-ei.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Parece o capitão de um navio negreiro do século XIV!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Foi aqui também colocada a questão dos salários.

Eu diria que os salários da Administração Pública não são altos, não são baixos, estão ajustados à

realidade do País e à capacidade do erário público português pagar. São, no entanto, em média, superiores

aos do setor privado, isso sem dúvida, porque estamos a comparar duas realidades internas. Comparando

com os salários dos colegas da administração pública de outros países da Europa são mais baixos,

evidentemente.

Mas quanto a esta matéria acho que há algo que os funcionários da Administração Pública, como, aliás, os

portugueses em geral, deveriam perguntar-se. Agora que estamos a entrar em 2014, depois de anos de

muitos sacrifícios e de um ano de 2013 em que a economia começou a virar e a dar sinais de retoma, agora

que conhecemos as perspetivas de crescimento do Banco de Portugal para o nosso País, pela primeira vez

desde há muitos anos, se calhar, é tempo de os portugueses começarem a perguntar: onde é que andei a

votar estes anos todos? Se calhar, a culpa das minhas más condições de vida,…

Risos do PS, do PCP, do BE e de Os Verdes.

… a culpa dos salários baixos é de uma administração, durante quase 16 anos seguidos, de esquerda em

Portugal, que só serviu para endividar o País e para empobrecer os portugueses.

Como ainda há bocado se verificou no debate sobre a pobreza em Portugal, 20% dos portugueses são

endemicamente pobres, e desde há muitos anos.

O Sr. João Oliveira (PCP): — A pobreza é a marca do CDS!

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Se calhar, é tempo de todos começarem a questionar-se: onde é que

tenho andado a votar? Quem é que tem andado a governar-me? Quem é responsável por o País estar no

estado em que está?

Aplausos do CDS-PP e do PSD.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Já pode comungar no domingo! Já fez o seu ato de contrição!

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Isabel

Santos, do PS.

A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Artur Rêgo: Estou quase em

estado de choque com a ligeireza com que se fala nesta Casa de pessoas que, neste momento, estão com

dificuldades para cumprir os seus compromissos financeiros, que estão com dificuldades para pagar as suas

despesas básicas, e veem os seus salários, os seus rendimentos diminuídos desta forma.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Espero que conclua pedindo desculpas aos portugueses!

A Sr.ª Isabel Santos (PS): — Sr. Deputado Artur Rêgo, se é tão correto aumentar o horário de trabalho

sem a respetiva retribuição, porque é que os senhores, quando ampliaram o horário de trabalho dos médicos,

aumentaram também a sua retribuição?

Vozes do PS: — Claro!