I SÉRIE — NÚMERO 72
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Memorando de Entendimento, assinado pelo Partido Socialista, e a própria situação do País? Não acha que,
então, essa era uma discussão desadequada e que não estava a ser feita no momento indicado?
Aplausos do CDS-PP e do PSD.
A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Roque.
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Artur Rêgo, agradeço-lhe as suas palavras e a
sua presença, bem como a presença da Federação dos Trabalhadores Democratas Cristãos na cerimónia de
encerramento do Congresso, que muito nos honrou.
De facto, as duas organizações partilham a filiação na organização laboral do Partido Popular Europeu e,
portanto, há uma convergência de entendimentos relativamente àquilo que são os trabalhadores, a sua
representação, os seus desígnios e as suas necessidades.
É muito importante voltarmos a realçar que há alguns partidos mais à esquerda que entendem que partidos
como o CDS ou como o PSD chegam ao poder com os votos, como eles dizem, do grande capital. Seria bom,
seria sinal que o País tinha muitos e grandes capitalistas, pois isso seria necessário para eleger esta maioria
alargada que temos aqui na Assembleia da República.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Mas, de facto, não é assim. Os partidos que constituem esta maioria e sustentam este Governo são eleitos
com votos dos trabalhadores portugueses, porque a maioria dos eleitores são trabalhadores.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
De facto, o compromisso tripartido foi muito importante. Devo dizer-vos que é particularmente importante
quando, da parte do principal partido da oposição, a cultura de compromisso não existe ou parece estar
esquecida por estes dias.
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — Está na gaveta!
O Sr. Pedro Roque (PSD): — Apesar de terem sido responsáveis pela situação a que o País chegou, pelo
Memorando de Entendimento, pelos termos que este Governo teve de aplicar e pelos sacrifícios que foram
impostos aos portugueses, parece que a cultura de compromisso para arrancar para esta fase pós-troica está
completamente arredada. Felizmente, o País conta com parceiros sociais responsáveis e onde esta cultura de
compromisso existe. Foi importante para vencermos o período do Programa de Assistência Económica e
Financeira e estou certo de que será muito importante para o futuro deste País.
Quanto à questão do salário mínimo, penso já ter dito que o Memorando de Entendimento impunha no seu
texto limitações a que o seu aumento se efetivasse, a acrescer às condições económicas que o impediam
também por via do Memorando de Entendimento.
Mas, neste momento, estão criadas as condições de duas formas: as condições económicas do País,
felizmente, alteraram-se e estamos a pouco mais de um mês do final de um programa. Portanto, esta é a
altura adequada.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Tem, ainda, a palavra para pedir esclarecimentos a Sr.ª Deputada Catarina
Marcelino.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Roque, não por uma razão de
educação mas por uma razão de cortesia democrática, quero saudar o XIII Congresso dos TSD.