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I SÉRIE — NÚMERO 74

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Aplausos do PCP e de Os Verdes.

E assim como se recusaram a discutir a entrada no euro, recusam-se a discutir as consequências do euro.

Quem o diz é o seu camarada Pedro Nuno Santos, hoje, num artigo no Jornal I. Não sei se, para si, é um

franco-atirador, mas pensamos que não será. Diz ele que a esquerda — e presumo que, para ele, a esquerda

também inclua o PS — desistiu de explicar as consequências assimétricas do processo de integração

europeia, desde a adesão ao euro.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — Os senhores não querem discutir. Para vocês, é um dogma e não querem

discutir, mas era bom que se discutisse o que o PCP hoje aqui propõe, e isso o senhor não faz. Os senhores

só criticam — e fazem muito bem em criticar! — as opções do atual Governo que conduziram o País a esta

situação. Os senhores vêm dizer: «Bom, mas nós não estamos nada de acordo com o que este Governo está

a fazer». Fazem muito bem em não estar de acordo, mas o que é que os senhores propõem?!

Conhecemos a política do Governo e as suas consequências e conhecemos as propostas que o PCP, hoje,

aqui discutiu e os senhores não estão de acordo nem com uma nem com as outras. O que é que os senhores

propõem? Nada! Ou seja, os senhores, que assinaram o Memorando da troica, que vincularam o País a este

Memorando e condenaram o País à desgraça a que temos assistido, o que é que propõem?! Nada!

Os senhores dizem: «Bem, isso tem de ser discutido no plano europeu». Mas em que plano, Sr. Deputado?

No plano do Sr. Hollande? No plano do SPD (Partido Social-Democrata alemão), que está no governo com a

Sr.ª Merkel? Se continuar a ser esta a orientação, o que é que fazemos em Portugal? Nada! Esperamos

sentados que, na União Europeia, alterem as suas posições ou, pelo contrário, temos de discutir,

corajosamente, soluções para o nosso País, que nos libertem desse garrote da dívida?! Sobre isto, o Partido

Socialista disse zero, Sr. Deputado!

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Como o Sr. Deputado Pedro Jesus Marques responderá

conjuntamente aos pedidos de esclarecimento, tem a palavra o Sr. Deputado Michael Seufert.

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Jesus Marques, julgo que

percebemos — mas ainda vamos a tempo de ouvir o PCP sobre isto — que o PCP está no debate numa

lógica de acusar os outros de não quererem falar sobre o euro para ele próprio não falar daquela que é a única

proposta europeia que se conhece para as eleições europeias da parte do PCP, que é «Portugal tem de sair

do euro».

O Sr. António Filipe (PCP): — Não é verdade! Está enganado!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — Isto está compreendido, creio eu, pelos Deputados desta Assembleia,

mas ainda temos tempo para que o PCP o possa explicar.

O Sr. António Filipe (PCP): — Podemos discutir isso quando quiserem!

O Sr. Michael Seufert (CDS-PP): — É evidente, Sr. Deputado Pedro Marques, que concordamos consigo

naquilo que disse no início da sua intervenção. E fico contente pelo facto de o PS ter escolhido um Deputado

que se afirmou ali, na tribuna, contra as propostas do PCP. Podia ter escolhido outro que dissesse que era

favorável, o que não seria tão original quanto isso, mas admitindo que essa, hoje, é a posição oficial do PS,

estamos de acordo, Sr. Deputado, e estamos à vontade.

Já terei mais dúvidas quando o Sr. Deputado afirma, com grande propriedade, que este Governo impôs o

dobro da austeridade do Memorando.