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I SÉRIE — NÚMERO 78

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onde todos têm as mesmas oportunidades e todos têm os mesmos deveres. Este País é possível e está nas

nossas mãos construi-lo!

É esta a lição de Abril: cumprir Portugal pelas nossas próprias mãos!

Aplausos do PS, de pé.

A Sr.ª Presidente da Assembleia da República: — A próxima intervenção é do PSD, pelo Sr. Deputado

Luís Montenegro.

Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Sr. Presidente da República, Sr.ª Presidente da Assembleia da

República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Sr. Presidente do Tribunal

Constitucional, Srs. Presidentes dos demais Tribunais Superiores, Sr.as

e Srs. Membros do Governo, Altas

Autoridades Civis e Militares, Srs. Representantes do Corpo Diplomático, Sr. Patriarca de Lisboa, Sr.as

e Srs.

Convidados, Sr.as

e Srs. Deputados: Abril é futuro! Há 40 anos irradiou uma esperança nova, uma ambição de

justiça, de liberdade, de democracia e de progresso.

Uma esperança nova e uma ambição carregadas de sonho, de saudável utopia e de afirmação da Nação.

Uma esperança nova e uma ambição de um povo inteiro, que haveria de se expressar na vida de todos e

de cada um dos seus membros.

Uma esperança nova e uma ambição de cada pessoa, de cada português, poder ter uma oportunidade de

realizar o seu projeto de vida, a sua intervenção cívica, a sua formação e sua opção.

Essa esperança e essa ambição, em condição de liberdade de escolha e de igualdade de oportunidades,

são, desde Abril, constantes e permanentes. Podem materializar-se de forma diferente, mas mobilizam a

política e os políticos hoje como há 40 anos.

Como um dia escreveu Alexandre O’Neil essa é «uma grande tarefa, um trabalho sem fim, um espaço útil,

um tempo fértil». Por isso, Abril é sempre futuro. Por isso, mais do que lembrarmos Abril, somos e queremos

ser coautores de um Portugal renovado.

Há 40 anos saímos de uma longa noite de ditadura; hoje queremos e vamos sair de uma outra «noite», a

terceira que vivemos em 40 anos, em que hipotecámos a nossa liberdade e em que fomos forçados a viver um

tempo de especial sofrimento.

Aplausos do PSD e do CDS-PP.

No Portugal renovado não queremos mais noites de resgates, de «troicas», de sacrifícios bruscos, de

esforços-limite, não queremos mais austeridade de emergência.

Aqueles que não querem permitir que, um dia, Portugal volte a «antes do 25 de Abril» — e somos todos! —

têm de ser os mesmos que não querem permitir que, um dia, Portugal volte ao «antes da troica».

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Os desequilíbrios orçamentais, a asfixia financeira, a ilusão económica,

a insustentabilidade do Estado social e a oneração exagerada das futuras gerações constituem a ditadura dos

dias de hoje.

Aplausos do PSD.

Uma ditadura diferente mas que hipoteca a soberania, uma ditadura que frusta as oportunidades, que

comprime a liberdade.

Com menos soberania, com menos oportunidades e com menos liberdade sofremos todos, mas sofrem

sobretudo os mais vulneráveis.

A injustiça não dimana do processo de ajustamento ou recuperação, a injustiça radica na circunstância de

termos sido obrigados a pedir um resgate externo.