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26 DE ABRIL DE 2014

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Assumimos a nossa quota-parte de responsabilidade, chamando as novas gerações ao contacto físico ou

político com os nossos fundadores — Francisco Sá Carneiro, Magalhães Mota e Francisco Pinto Balsemão —,

não para que perspetivem uma carreira política mas para que intervenham e participem no espaço que Abril

abriu, o espaço de discutir, debater e decidir o nosso futuro.

O Portugal renovado pressupõe uma sociedade onde as pessoas são livres de fazer as suas escolhas.

No centro da nossa ação está sempre a vida do indivíduo, a oportunidade que ele tem de escolher, mas

também a garantia que o Estado lhe dá no que tange ao acesso aos bens essenciais.

Não acreditamos num Estado tutor nem num Estado empresário; acreditamos num Estado que fomenta o

empreendedorismo e que regula a economia. Mas um Estado que não esquece os mais frágeis, que promove

uma repartição mais justa de riqueza e que assegura a justiça, a segurança, a saúde ou a educação. Para

quê? Para que todos tenham a mesma oportunidade e, em última instância, para que todos sejam livres.

Srs. Presidentes, Srs. Deputados: O Portugal renovado para os próximos 40 anos enquadra-se numa

realidade que não conhece fronteiras nem proteções.

Precisamos de ajustar a nossa atitude a essa realidade. Vamos fazê-lo! Fá-lo-emos todos, social-

democratas, socialistas, democratas-cristãos ou comunistas. Cada um com o seu contributo!

Fizeram-no os militares de Abril quando libertaram o País. Como diz o poema: «souberam, fizeram a hora e

não esperaram acontecer.» Foram heróis e rasgaram o futuro.

Srs. Deputados, o partido que aqui represento tem uma matriz ideológica, mas não tem outra agenda que

não seja o interesse de Portugal e o bem-estar dos portugueses.

Aplausos do PSD.

É de espírito aberto e dialogante que afirmamos as nossas convicções. Acreditamos na capacidade do

povo português e cumprimos o mandato que nos foi confiado por ele. Não temos qualquer vertigem de poder e

sabemos que a seguir a nós outros virão tentar, legitimamente, fazer melhor.

O Sr. José Magalhães (PS): — Isso é verdade!

O Sr. Luís Montenegro (PSD): — Mas acreditamos muito que aquilo que Portugal e os portugueses estão

a fazer tem de ser feito hoje.

Vamos debelar esta crise e vamos entregar aos vindouros um Portugal renovado.

Por isso, continuaremos a seguir o que Francisco Sá Carneiro afirmou há 35 anos nesta mesma tribuna:

«Não vamos encher a boca com Abril nem com a democracia. Mas vamos trabalhar modestamente para o

realizar».

Aplausos do PSD, de pé, e do CDS-PP.

A Sr.ª Presidente da Assembleia da República: — Sr. Presidente da República, Sr. Primeiro-Ministro e

Srs. Membros do Governo, Sr. Presidente da Comissão Europeia, Srs. Presidentes do Tribunal Constitucional,

do Supremo Tribunal de Justiça e demais tribunais superiores, antigos Presidentes da República, Sr.

Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Sr.ª Procuradora-Geral da República, Sr. Chefe do Estado-Maior-

General das Forças Armadas e demais representantes institucionais das Forças Armadas, Sr. Provedor de

Justiça, Srs. Presidente e representante das Assembleias Legislativas dos Açores e Madeira, Sr.ª

Representante do Governo Regional dos Açores, antigos Presidentes da Assembleia da República, antigos

Primeiros-Ministros, Srs. Conselheiros de Estado, Sr. Núncio Apostólico, Srs. Embaixadores e representantes

do Corpo Diplomático, Sr.as

e Srs. Deputados, Excelentíssimas Autoridades, Minhas Senhoras e Meus

Senhores: A escolha é a maior dádiva de Abril. O poder de escolher no que significa de maioridade e criação.

Abril entregou-nos o poder de escolher as nossas formas de vida, que é isso que define a liberdade. Nenhum

direito se afirma, nenhum ideal de excelência se realiza, nenhuma instituição se legitima se não se gera nesse

poder inicial e fundador da escolha.

Abril marca uma trajetória coletiva de libertação, superação e realização. Desde o momento inicial, a

coragem dos capitães heróis, resgatando para todos a luz do espaço público contra os tempos de sombra, a